quinta-feira, março 31, 2016

Uberização à Vista...


Veio da Folha de são Paulo:

O clínico-geral Rafael Mialski, 31, de Curitiba, atende em um hospital público em horário comercial. Mas seu dia de trabalho não acaba quando ele deixa o local. Usuário do aplicativo DocWay, ele recebe ao menos uma chamada por semana em seu celular para atender pacientes na casa deles. O DocWay segue modelo popularizado pelo Uber e pelos aplicativos para chamar táxi: o cliente pede um atendimento e, após alguns minutos, é informado sobre quem irá prestar o serviço e em quanto tempo.

As consultas custam entre R$ 200 e R$ 300, e a DocWay fica com 10% do valor. O serviço chegou a São Paulo em fevereiro e também está disponível em Belo Horizonte. Mialski diz que a ferramenta é usada principalmente por pacientes que não podem dispor de um dia de trabalho para ir ao médico e que têm queixas simples. Ele conta que as consultas que vêm pelo aplicativo servem para lhe dar uma renda extra, sem a necessidade de fazer investimento, como a abertura de um consultório próprio.

A medicina é só mais uma entre as muitas áreas em que conectar clientes com profissionais está gerando lucros. O movimento de "uberização" engloba setores como estética (Singu), manutenção automotiva (Easy Carros), entregas (Shippify, Loggi, VaiMoto), limpeza doméstica (Parafuzo e EasyQasa), advocacia (Jurídico Correspondentes e Justiça Seja Feita), reformas (Iguanafix) e chefs de cozinha (ChefEx).

TEMPO E RENDA EXTRA

Além do sucesso da companhia americana, fatores econômicos e comportamentais favorecem a criação desse tipo de serviço, segundo Hercules Maimone, sócio da consultoria PwC Brasil. Um deles é a crise, que leva os profissionais a procurar alternativas para ter renda extra. Foi durante a crise de 2008 que o movimento da economia compartilhada, no qual o patrimônio e o tempo livre são disponibilizados em plataformas virtuais como forma de ganhar dinheiro, começou a tomar forma nos EUA. Mudanças no modo como as novas gerações veem o trabalho impulsionaram esse tipo de negócio –segundo pesquisas, os nascidos a partir dos anos 1990 valorizam mais a vivência de experiências e a realização de projetos com os quais se identificam do que um emprego seguro.

A maquiadora Gabriela Massa, 25, se encaixa nesta tendência. Formada em relações internacionais na ESPM, ela decidiu deixar sua área de formação e ficou um semestre estudando maquiagem em Los Angeles (EUA). Desde novembro ela atua como freelance, indo de carro atender chamadas que recebe pelo aplicativo da Singu. O serviço contratado pelo aplicativo custa R$ 220. "Não pretendo trabalhar em um salão de beleza nem abrir um deles. Isso dá trabalho e deixa você presa. Não quero ficar presa a nada." Já a estudante de engenharia de produção Neuza Bernardo, 33, paga parte da faculdade com bicos que faz na plataforma Crowdtask. Bernardo classifica imagens em categorias para sites de e-commerce, fotografa objetos em lojas físicas e busca contatos comerciais. Diz que já chegou a ganhar R$ 1.400 em um mês, trabalhando cerca de quatro horas por dia.

Por meio de uma dessas plataformas, Marcelo Freitas, 45, deixou a advocacia e virou passeador de cachorros há seis meses. Insatisfeito com o salário em sua área (cerca de R$ 1.600), ele agora cobra a partir de R$ 50 por uma hora de passeio. Os clientes chegam pela plataforma virtual Dog Walk.

"Antes, trabalhava das 9h às 21h e não tinha tempo para mais nada. Agora, faço uma coisa de que gosto e sobra tempo para muito mais."

UBERIZAÇÃO DO MERCADO

Singu
O que é: Aplicativo para chamar
Manicures, cabelereiros, massagistas e maquiadores
Onde funciona: cidades de São Paulo e Rio de Janeiro
Quantos profissionais: Algumas centenas*

ChefEX
O que é: Plataforma permite a contratação pela internet de chefs para cozinhar em eventos ou na casa do cliente; o profissional decide qual preço cobrado por pessoa
Onde funciona: Belo Horizonte
Profissionais cadastrados: 12

Easy Carros
O que é: Oferece, a partir de aplicativo, serviços para automóvel como lavagem ecológica, troca de óleo, enceramento e polimento
Onde funciona: 32 cidades, nos Estados de SP, RJ, BH e RS
Profissionais cadastrados: 600

Sontra Cargo
O que é: Aplicativo que conecta caminhoneiros autônomos com clientes que precisam fazer algum envio
Onde funciona: Em todo o país
Profissionais cadastrados: 150 mil caminhoneiros ativos

Dog Walk
O que é: permite que clientes pesquisem e contratem passeadores de cachorros que atuam em sua região a partir da internet
Onde funciona: Em todo o país
Profissionais cadastrados: 1400

Jurídico Correspondentes
O que é: possui site para a contratação de estagiários, bacharéis e advogados para a realização de tarefas burocráticas em fóruns ou atuação em causas simples
Onde funciona: em todo o país
Profissionais cadastrados: 39 mil

Justiça Seja Feita
O que é: site especializado em pequenas causas, ppermite que clientes coloquem suas necessidades na internet e recebam propostas de advogados
Onde funciona: Em todo o Brasil
Profissionais cadastrados: 500

Shippify
O que é: Permite que qualquer pessoa se torne entregadora e receba pedidos pelo smartphone, trabalhando com bicicleta, carro, van ou caminhão;
Onde Funciona: sete cidades, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília e Curitiba
Profissionais cadastrados: 4.200

Docway
O que é: Permite chamar atendimento médico à domicílio a partir de aplicativos
Onde funciona: São Paulo, Curitiba e Belo Horizonte
Profissionais cadastrados 200

Consulta do Bem
O que é: Plataformas para agendar e pagar consultas médicas pela internet, permite que médicos disponibilizem tempo ocioso em seu consultório a partir de R$ 58
Onde funciona: cidades de São Paulo, Guarulhos e Campinas
Profissionais cadastrados: 1.500

Iguanafix
O que é: usa modelo semelhante ao Uber para oferecer serviços como os de pedreiros, pintores, encanadores e técnicos de ar-condicionado
Onde funciona: Grande São Paulo, Ribeirão Preto e Curitiba
Profissionais cadastrados: 5 mil

Crowdtask
Tem cadastro de freelances que fazem pequenas tarefas, como classificar imagens dentro de categorias definidas ou localizar contatos de possíveis clientes na internet
Onde funciona: Todo o Brasil
Profissionais cadastrados: 10 mil

Contentools
A empresa que fornece ferramentas para a criação de marketing de conteúdo, como blogs empresariais, dá a seus clientes acesso a cadastro de jornalistas e designers freelances certificados pela empresa
Onde funciona: Todo o país
Profissionais cadastrados: 1.000

*Não fornece número exato

Sérgio

quarta-feira, março 30, 2016

Tay | #microsoftfail


Fala sério... Veio do Gizmodo:

Ontem, a Microsoft anunciou a estreia da inteligência artificial Tay para conversar com pessoas em tempo real pelas redes sociais. Porém, como sabemos que a internet é um lugar terrível, muita gente se aproveitou das capacidades de aprendizagem de máquina da AI e induziu a pobre Tay a publicar comentários racistas, anti-semitas sexistas e algumas outras coisas sem noção. A Tay é um experimento da Microsoft criado para coletar dados públicos e usar inteligência artificial desenvolvida por uma equipe de comediantes para interagir com o público.

Ela tentava usar uma linguagem de adolescente. Aliás, a AI é voltada para usuários entre 18 2e 24 anos dos EUA. Para interagir com a Tay pelo Twitter, por exemplo, era necessário enviar uma DM ou citá-la que ela respondia. Porém, desvirtuaram todo o processo. Como ela usa dados da internet e a rede não é lá um lugar muito bem frequentado, alguns usuários do Twitter começaram a fazer perguntas esquisitas e os resultados não foram os melhores.

Seguem alguns prints das respostas sem noção:




O The Verge lembra que algumas dessas respostas escabrosas da Tay vieram de interações do tipo “repita comigo”, que permite que o usuário tenha controle sobre o que ela fala. Claramente, a Microsoft parece ter subestimado a criatividade malévola presente na rede mundial de computadores Após o ocorrido, a Microsoft apagou quase todos os tuítes e colocou a seguinte mensagem no site da Tay: “Ufa, dia exaustivo. Vou ficar offline por um tempo para poder absorver tudo. Conversamos em breve”. Ainda não há detalhes sobre o futuro da Tay. Em entrevista à CNN, uma porta-voz da empresa disse que o recurso foi tirado do ar para alguns ajustes. Toda sorte do mundo para a equipe da Microsoft na reformulação da Tay e, que da próxima vez, eles se lembrem de colocar mecanismos à prova de trolls.

Sérgio

terça-feira, março 29, 2016

Chinês não é fácil...


Choque de hábitos causa conflito entre chineses e brasileiros em prédios de SP. Matéria da Folha de São Paulo:

As diferenças de hábitos entre moradores chineses e brasileiros em prédios de classe média e média alta de São Paulo têm gerado embates e saias justas em diversos condomínios da cidade. As queixas em relação aos orientais vão desde o uso inadequado de piscinas até o aproveitamento exótico das sacadas dos apartamentos. Por trás dos conflitos, a dificuldade de comunicação e as diferenças culturais ajudam a entender as complicações de relacionamento.

Em um condomínio da Barra Funda (zona oeste), dois episódios geraram uma onda de protestos e reclamações de brasileiros contra chineses. Um morador asiático foi flagrado se ensaboando e lavando a cabeça e peças de roupa dentro da piscina. O outro problema considerado grave foi que, em uma festa realizada por um morador chinês, os restos da balada, como ossos de galinha, pratos descartáveis, toalhas, papel e sobras de comida ficaram jogados no gramado. Para o síndico do local, Leonardo Sobelman, a solução para diminuir os transtornos é a comunicação. "Estamos estudando trazer um chinês que fale bem o português para nossas reuniões para que ele faça a tradução das discussões para os moradores asiáticos. Temos que integrá-los às nossas regras e aos sistemas de informação do condomínio", diz.

BICHO NA VARANDA

Em um condomínio do Ipiranga (zona sul), com sete torres, 40% dos moradores são chineses. Os conflitos já chegaram a ser graves, como quando um morador dissecou um animal na varanda de seu apartamento. Hoje os problemas estão atenuados. "Às vezes, o diálogo é muito difícil e aplica-se multa, mas eles pagam sem questionar. Não há inadimplência entre os chineses. A solução foi encontrar um representante entre eles que transmitisse e explicasse as normas e reclamações aos outros", conta Luiz Fabiano, administrador do condomínio.

Para Márcio Rachkorsky, advogado especialista em condomínios e colunista da Folha, o caminho da boa convivência está na ampliação das formas de comunicação. "É importante que a comunicação seja bem lúdica, com ilustrações e desenhos. Como as crianças já aprendem o português antes dos pais, uma boa estratégia é focar na molecada. Em alguns casos, não tem como não aplicar medidas de rigor, mas há que se ter muito cuidado, para não caracterizar discriminação", explica Rachkorsky.

ESFORÇO DE AJUSTE

Para o chinês Cheng Ka Wai, 34, coordenador da Associação de Jovens Chineses, os problemas de relacionamento têm aumentado, mas ele afirma que há uma "consciência" entre a comunidade de que deve haver mudança de comportamento e está em curso "um esforço de ajuste aos modos brasileiros". A associação faz reuniões periódicas com imigrantes para esclarecer questões sobre costumes locais. "Sempre mostramos que é necessário respeitar a cultura daqui. Explicamos as diferenças do Brasil e da China e tentamos mostrar o quanto é necessário respeitar os padrões do Brasil para um boa convivência", diz Ka Wai. A associação estima que cerca de 200 mil chineses vivam hoje em diferentes municípios da Grande São Paulo. A maioria mora nas proximidades do centro da capital. "Há uma consciência, até mesmo na China, de que é preciso melhorar a convivência entre as pessoas", completa.

Sérgio

segunda-feira, março 28, 2016

Cacos da História


Eu já morei em casa que tinha isso. Mas não sabia a história. Conheci através do site CaraguaWeb. A história foi pesquisada pelo Engenheiro Manoel Botelho:

Muita gente já reparou nas casas paulistas das décadas de 40 e 50 e os tradicionais pisos de caquinho, predominantemente vermelho, tinham os cacos amarelos e pretos também. A casa dos meus avós era assim. Aparentemente não. Mas no Brasil já aconteceu isto, talvez pela primeira vez na história da humanidade. Vamos contar esse mistério. Foi na década de 40 / 50 do século passado. Voltemos a esse tempo. A cidade de São Paulo era servida por duas indústrias cerâmicas principais. Um dos produtos dessas cerâmicas era um tipo de lajota cerâmica quadrada (algo como 20x20cm) composta por quatro quadrados iguais. Essas lajotas eram produzidas nas cores vermelha (a mais comum e mais barata), amarela e preta. Era usada para piso de residências de classe média ou comércio.

Nessa época os chamados lotes operários na Grande São Paulo eram de 10x30m ou no mínimo 8 x 25m, ou seja, eram lotes com área para jardim e quintal, jardins e quintais revestidos até então com cimentado, com sua monótona cor cinza. Mas os operários não tinham dinheiro para comprar lajotas cerâmicas que eles mesmo produziam e com isso cimentar era a regra. Certo dia, um dos empregados de uma das cerâmicas e que estava terminando sua casa não tinha dinheiro para comprar o cimento para cimentar todo o seu terreno e lembrou do refugo da fábrica, caminhões e caminhões por dia que levavam esse refugo para ser enterrado num terreno abandonado perto da fábrica. O empregado pediu que ele pudesse recolher parte do refugo e usar na pavimentação do terreno de sua nova casa. Claro que a cerâmica topou na hora e ainda deu o transporte de graça pois com o uso do refugo deixava de gastar dinheiro com a disposição.

Agora a história começa a mudar por uma coisa linda que se chama arte. A maior parte do refugo recebida pelo empregado era de cacos cerâmicos vermelhos mas havia cacos amarelos e pretos também. O operário ao assentar os cacos cerâmicos fez inserir aqui e ali cacos pretos e amarelos quebrando a monotonia do vermelho contínuo. É, a entrada da casa do simples operário ficou bonitinha e gerou comentários dos vizinhos também trabalhadores da fábrica. Ai o assunto pegou fogo e todos começaram a pedir caquinhos o que a cerâmica adorou pois parte, pequena é verdade, do seu refugo começou a ter uso e sua disposição ser menos onerosa.

A classe média adotou a solução do caquinho cerâmico vermelho com inclusões pretas e amarelas. Como a procura começou a crescer a diretoria comercial de uma das cerâmicas descobriu ali uma fonte de renda e passou a vender, a preços módicos é claro pois refugo é refugo, os cacos cerâmicos. O preço do metro quadrado do caquinho cerâmico era da ordem de 30% do caco integro (caco de boa família).

Até aqui esta historieta é racional e lógica pois refugo é refugo e material principal é material principal. Mas não contaram isso para os paulistanos e a onda do caquinho cerâmico cresceu e cresceu e cresceu e , acreditem quem quiser, começou a faltar caquinho cerâmico que começou a ser tão valioso como a peça integra e impoluta. Ah o mercado com suas leis ilógicas mas implacáveis.

E é claro que os caquinhos subiram de preço ou seja o metro quadrado do refugo era mais caro que o metro quadrado da peça inteira… A desculpa para o irracional (!) era o custo industrial da operação de quebra, embora ninguém tenha descontado desse custo a perda industrial que gerara o problema ou melhor que gerara a febre do caquinho cerâmico.

De um produto economicamente negativo passou a um produto sem valor comercial a um produto com algum valor comercial até ao refugo valer mais que o produto original de boa família…

A história termina nos anos sessenta com o surgimento dos prédios em condomínio e a classe média que usava esse caquinho foi para esses prédios e a classe mais simples ou passou a ter lotes menores (4 x15m) ou foram morar em favelas.

São histórias da vida que precisam ser contadas para no mínimo se dizer: - A arte cria o belo, e o marketing tenta explicar o mistério da peça quebrada valer mais que a peça inteira…

Sérgio

sábado, março 26, 2016

The Gift


Pessoal, esse é um lindo curta metragem sobre o amor do Miniestudio com produção de Cecilia Baeriswyl e dirigida por Julio Pot, selecionada e premiada em mais de 100 festivais internacionais, incluindo o Animamundi (Brasil), Animpact (South Korea), CutOut Fest (México), Busan (South Korea), Mar del Plata Film Festival (Argentina) e Siggraph Asia.

Uma obra-prima! Bom Sábado!

Sérgio

sexta-feira, março 25, 2016

Feliz Páscoa!


Páscoa é uma importante celebração da igreja cristã em homenagem a ressurreição de Jesus Cristo. De acordo com o calendário cristão, a Páscoa consiste no encerramento da chamada Semana Santa. Mesmo que você não acredite nisso, tire o dia de hoje para agradecer e pedir que Deus, seja lá qual for o seu, nos guie e ilumine. Todos nós e mesmo o Brasil precisamos disso!

Sérgio

quinta-feira, março 24, 2016

Esses Petistas...


Juro que eu pensei que fosse um áudio falso. Mas, não é... Está no Estadão, na Veja, no blog do Rodrigo Constantino e no Antagonista. É incrível a cara de pau deles e ver como mentem: mais provado que o sítio é do Lula impossível. Detalhe: fico integralmente com a opinião do Constantino: "Um dos grampos que chamaram a atenção foi o da longa conversa entre Kalil Bittar e Renata, esposa de Lulinha. (...) Mas há outra coisa que muita gente deixou passar batido, até porque o mais relevante é o aspecto da propriedade do sítio mesmo. Reparem na intimidade entre os dois! “Sem querer” colocar lenha na fogueira, mas se fosse um “amigo” ligando assim para minha mulher o tempo iria fechar. Kalil pergunta se Renata quer falar com o “amigo” ou o “canalha” – sendo que todo petista é mesmo canalha – e depois ainda pede que ela não revele ao marido que conversaram. Renata o chama para lá enquanto o “ogro” dorme. Isso não é suspeito?".

Sérgio

terça-feira, março 22, 2016

Bélgica, 22.03.2016


Insanidade... Triste dia para a Humanidade!

Sérgio

Air Force One em Cuba


Uma data histórica... Mas, ainda não sei bem o quê significa. Matéria do G1:

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, foi recebido nesta segunda-feira (21) pelo presidente cubano, Raúl Castro, no Palácio da Revolução, em Havana, para uma reunião que é considerada o ponto alto da visita do presidente americano à ilha comunista. No encontro, Obama deve pressionar Castro por reformas econômicas e democráticas e ouvir reclamações sobre as sanções americanas ao país. O presidente cubano já deixou claro que não está disposto a negociar nenhuma mudança em sua política a pedido ou por pressão dos Estados Unidos, seu adversário por mais de meio século, segundo a France Presse. Pouco antes, o presidente norte-americano participou de uma cerimônia na emblemática Praça da Revolução e depositou uma coroa de flores na frente da estátua do herói independentista José Martí, na mesma praça onde há também uma imagem de Ernesto Che Guevara.  O secretário de Estado americano, John Kerry, destacou esse "momento histórico" e o que significou "ter ouvido os dois hinos juntos, em Havana, com o presidente dos Estados Unidos", segundo a France Presse. Obama faz a primeira viagem em 88 anos de um presidente dos EUA a Cuba.

Sérgio

segunda-feira, março 21, 2016

Post It


Quer uma dica útil? Esta é uma: como usar o Post It de maneira certa. Veio do site SOS Solteiros:

O Post-it é uma das invenções mais incríveis que a humanidade já criou, os esquecidos de plantão que o digam. Mas qual o tamanho do problema, quando o papelzinho descola da parede e aquela informação importante é perdida? Isso se dá devido ao fato de você não saber destacar o papelzinho da maneira certa. Provavelmente a maioria das pessoas ao redor do mundo retirava o papel pela parte contrária da cola, afinal é mais fácil. Porém, isso faz com que o papel fique dobrado e desajeitado quando colado em alguma superfície, facilitando o “descolamento” do lembrete. O blogueiro Martin Schapendonk criou um tutorial mostrando a melhor forma de retirar o seu post-it do bloquinho, que é totalmente diferente do que fazíamos. A maneira “certa” é retirá-lo pela parte em que está a cola, dessa forma o papel continuará reto, ficará mais fácil de ler e muito mais difícil de cair de onde grudou. Isso sim é a beleza da vida, meus amigos.

Sérgio

sábado, março 19, 2016

Parabólica América #84


Para quem perdeu, esse foi o Parabólica América #084, deste Sábado! Tem três flashbacks do Hot 100 de 28 anos atrás muito bons...

Sérgio

Delação Premiada


Ouvi esta semana que a Delação Premiada é um absurdo, que não se tem isso nos Estados Unidos e por aí vai. Vou colocar aqui alguns fatos interessantes e recomendo a leitura dos dois links abaixo, o primeiro do site Âmbito Jurídico, sobre o Brasil e o segundo da American Bar Association, a OAB dos Estados Unidos.

Primeiramente, qual a razão de se criticar este instituto, em vigor no Brasil desde 1990, só agora? Para certos tipos de crime, em especial os que envolvam combate ao crime organizado, como no caso da Máfia, na Itália, na famosa Operação Mãos Limpas, só com Delação Premiada. Este tipo de crime, especialmente de colarinho branco, não tem prova no papel, rastros. Só se chega ao centro dos fatos pelas delações e provas fáticas dos resultados de suas ações.

Isso sobra no caso do PT. Desnecessário se criticar o instituto. Em especial em um País onde impera a impunidade, como no Brasil.

Quanto ao fato que só se pune o PT, criticam Sérgio Moro por "perseguir" o partido, mas o processo que ele investiga é centrado neles por serem os "donos da banca" nos fatos que ele começou a julgar. A culpa é dos fatos, comandados pelo PT. Ele não pode incluir todos, Aécio, PSDB, ao livre arbítrio. Isso é devido processo legal

Há outros processos em andamento para os outros casos que não são dele e quero que TODOS sejam julgados como Moro o faz. Qual a razão de processos do PSDB empacarem? Errado. Se vamos passar o País a limpo, tem de ser INTEIRO. Mas, criticar o único instituto que permite combater o Crime Organizado, a Máfia que se instalou no Brasil, é um erro. Dizem que só réus presos delatam. Óbvio: o cara solto, se achando, não pensa que vai ser necessário. 

Dizem que os Procuradores e Juízes constrangem com a prisão, mas quem fala das ameaças dos comparsas aqui fora? Quando uma bala perdida mata alguém na favela, é sempre culpa da Polícia. Ela apanha. Mas ninguém fala do bandido que trocava tiros com ela. Qual a razão? Primeiro, é mais fácil brigar com Poder Constituído, dá Ibope e pode render $. Segundo, o Poder Constituído não se vinga. O bandido pode te achar. A Delação Premiada é igual: ou se faz PRESO ou não se faz.

PONTO. 

Sérgio


sexta-feira, março 18, 2016

E na Espanha...


O quê pensa um ser destes? Na Espanha, juíza pergunta a vítima de abuso se ela 'fechou as pernas'. Veio do G1:

As perguntas de uma juíza para uma vítima de abuso sexual e psicológico causaram respostas e críticas nas redes sociais, além de declarações de um grupo feminista. Durante o depoimento, a magistrada perguntou: “fechou bem as pernas?” e “fechou toda a região dos orgãos femininos?”. A situação começou em 16 de fevereiro na cidade de Vitoria, na Espanha. A vítima denunciou à polícia e pediu proteção de um homem que a maltratava com agressões sexuais e psicológicas. No dia seguinte, a mulher foi chamada pelo Juizado de Violência contra a Mulher, onde a juíza María del Carmen Molina Mansilla a interrogou sobre o caso. A vítima estava grávida de 4 meses. Durante as declarações, segundo a Associação Clara CampoAmor, a juíza mostrou uma “clara predisposição de incredulidade sobre o testemunho da denunciante, interpretando-a sem deixar terminar com a resposta, realizando perguntas sugestivas e condicionando suas declarações”, com disse Blanca Estrella, representante do grupo feminista. Ainda segundo a associação, após as perguntas da juíza sobre se a vítima havia “fechado bem as pernas”, a vítima respondeu, “atônita”, que sim. A abordagem foi bastante criticada e classificada como “degradante e humilhante” pela organização feminista. A Associação Clara CampoAmor pediu ao Conselho Geral do Poder Judicário que suspenda ou afaste a titular o cargo por sua “constante violação de direitos” de mulheres vítimas da violência de gênero. O jornal “El Mundo” ainda disse que não é a primeira vez que a juíza é acusada de questionamentos ofensivos contra vítimas na região.

Sérgio

quinta-feira, março 17, 2016

Ministério ilegal...


Sem comentários... E dessa maneira, ultra republicana, que a quadrilha trabalha... E aí, Judiciário? Vão aceitar?

Sérgio

quarta-feira, março 16, 2016

Lula & Dilma...


Esse País é uma vergonha... Ouçam os áudios no link a seguir. É o fim do Mundo! Veio do G1:

O juiz Sérgio Moro retirou nesta quarta-feira (16) o sigilo de interceptações telefônicas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As conversas gravadas pela Polícia Federal incluem diálogo desta quarta com a presidente Dilma Rousseff, que o nomeou como ministro chefe da Casa Civil. No despacho em que libera as gravações, Moro afirma que, “pelo teor dos diálogos degravados, constata-se que o ex-Presidente já sabia ou pelo menos desconfiava de que estaria sendo interceptado pela Polícia Federal, comprometendo a espontaneidade e a credibilidade de diversos dos diálogos”. Moro afirma, ainda, que alguns diálogos sugerem que Lula já sabia das buscas feitas pela 24ª fase da Operação Lava Jato no início do mês. Leia a íntegra do despacho. O advogado de Luiz Inácio Lula da Silva, Cristiano Zanin Martins, disse que a divulgação do áudio da conversa entre a presidente Dilma Rousseff com Lula é uma 'arbitrariedade' e estimula uma 'convulsão social'.

Conversa com Dilma

- Dilma: Alô

- Lula: Alô

- Dilma: Lula, deixa eu te falar uma coisa.

- Lula: Fala, querida. Ahn

- Dilma: Seguinte, eu tô mandando o 'Bessias' junto com o papel pra gente ter ele, e só usa em caso de necessidade, que é o termo de posse, tá?!

- Lula:  Uhum. Tá bom, tá bom.

- Dilma: Só isso, você espera aí que ele tá indo aí.

- Lula: Tá bom, eu tô aqui, fico aguardando.

- Dilma: Tá?!

- Lula: Tá bom.

- Dilma: Tchau.

- Lula: Tchau, querida.

O Advogado Geral da União, José Eduardo Cardozo, disse que o diálogo de Dilma, ao contrário da interpretação da oposição, não estava dando a Lula um documento para ele se livrar de possível ação policial. Segundo o ministro, a presidente estava enviando a Lula o documento chamado termo de posse, para ele assinar. Isso porque Lula, de acordo com Cardozo, estava com problemas para comparecer à cerimônia de posse marcada para quinta-feira (17). O Planalto emitiu nota em que afirma que vê 'afronta' a direito de Dilma na divulgação do telefonema. Leia na íntegra.

Cargo de ministro

Em outro trecho, Lula afirma que jamais iria para o governo para se proteger.  Ele conversa com Valmir Moraes da Silva e com o governador do Piauí Wellignton Dias.

- Wellington Dias: O Brasil precisa nesse instante de você aqui. Sei que não é uma operação que não é fácil para você. Há, pelo que eu sei, disposição dela [Dilma] e acho que vale a pena, viu presidente?

- Lula: Mas deixa eu te falar, eu vou ter uma conversa com ela, porque não é fácil. Não é uma tarefa fácil. Veja, eu jamais direi ao governo para me proteger.

- Wellington Dias: Não, eu sei. Mas não é para isso. Isso que você está fazendo é uma coisa excepcional. É uma coisa fantástica que você está fazendo se caminhar nas duas direção [sic] o que você está fazendo, essas duas medidas que a gente tá tratando da economia. To aqui para falar com ela [Dilma] sobre isso. Oito partidos, 21 governadores, que dão sustentação às mudanças que ela precisa fazer para a economia. Não tem jeito. Ela tem que aumentar um pouco o endividamento para poder ter dinheiro para fazer esse país.

- Lula: Eu acho, eu acho, eu acho. A coisa mais simples que ela tem que fazer.

Influência

O juiz diz que algumas em algumas conversas se fala, aparentemente, "em tentar influenciar ou obter auxílio de autoridades do Ministério Público ou da Magistratura em favor do ex-Presidente". Moro ressalta, porém, que não há nenhum indício nas conversas, ou fora delas, de que as pessoas citadas tentaram, de fato, agido "de forma inapropriada". "Em alguns casos, sequer há informação se a intenção em influenciar ou obter intervenção chegou a ser efetivada", observa o juiz.

Um dos casos citados por Moro faz referência à Ministra Rosa Weber do Supremo Tribunal Federal (STF), "provalvemente para obtenção de decisão favorável ao ex-Presidente na ACO 2822". Na ocasião, Weber negou pedido apresentado pela defesa do ex-presidente para suspender duas investigações sobre um triplex em Guarujá (SP) e um sítio em Atibaia (SP) ligados a ele. "A eminente Magistrada, além de conhecida por sua extrema honradez e retidão, denegou os pleitos da Defesa do ex-Presidente", afirmou Moro.

Sobre o assunto, Lula falou com Dilma sobre o pedido feito pela defesa dele ao STF. “Eu acho que eles queriam antecipar o pedido nosso que tá na Suprema Corte, que tá na mão da Rosa Weber”, disse o ex-presidente. Depois do diálogo com Dilma, Lula conversa com o então ministro chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, e solicita que ele converse com Dilma a respeito “de negócio da Rosa Weber”.
Lula: “Mas viu, querido, ela tá falando dessa reunião, ô Wagner, que queria que você visse agora, falar com ela, já que ela tá aí, falar o negócio da Rosa Weber, que tá na mão dela pra decidir. Se homem não tem saco, que sabe uma mulher corajosa possa fazer o que os homens não fizeram”.

Outro ministro que também aparece nos diálogos é Ricardo Lewandowski. "Há diálogo que sugere tentativa de se obter alguma intervenção do Exmo. Ministro Ricardo Lewandowski contra imaginária prisão do ex-Presidente, mas sequer o interlocutor logrou obter do referido Magistrado qualquer acesso nesse sentido", consignou o juiz. A ministra Rosa Weber e a presidência do STF informaram que não iriam comentar o caso.

Moro afirma também que há menção ao recém nomeado Ministro da Justiça Eugênio Aragão, sobre quem Lula diz que "parece nosso amigo", mas de quem reclama porque "este não teria prestado qualquer auxílo". "Eu às vezes fico pensando até que o Aragão deveria cumprir um papel de homem naquela porra, porque o Aragão parece nosso amigo, parece, parece, mas tá sempre dizendo 'olha...'.", diz trecho da conversa.  Eugênio Aragão informou que não iria se manifestar. O juiz registra no despacho que registrou essas referências "apenas para deixar claro que as aparentes declarações pelos interlocutores em obter auxílio ou influenciar membro do Ministério Público ou da Magistratura não significa que esses últimos tenham qualquer participação nos ilícitos". Para Moro, porém, isso "não torna menos reprovável a intenção ou as tentativas de solicitação".

Operação

No dia 27 de fevereiro, dias antes do cumprimento do mandado de condução coercitiva contra Lula pela Operação Lava Jato, Lula conversou com o presidente do PT Rui Falcão sobre o assunto. Lula: “É, eu tô esperando segunda-feira. Eu tô esperando segunda-feira a Operação de busca e apreensão na minha casa, do meu filho Marcos, do meu filho Fábio, do  meu filho Sandro, do meu filho Claudio”. Rui Falcão: “É, eu vi esse noticiário aqui”.

Campanha de 2018

Logo após deixar o aeroporto de Congonhas, onde prestou depoimento para a força-tarefa da Operação Lava Jato no início do mês, Lula criticou as investigações em conversa telefônica com Dilma. O ex-presidente diz para Dilma que irá aproveitar a militância e antecipar a campanha para 2018. "Eu, estou dizendo aqui pro PT, Dilma que não tem mais trégua, não tem que ficaracreditando na luta jurídica, nós temos que aproveitar a nossa militância e ir pra rua. Eu sinceramente, que tô querendo me aposentar, eu vou antecipar minha campanha pra 2018, eu vou acertar de viajar esse país a partir da semana que vem, sabe?! E quero ver o que vai acontecer. É, lamentavelmente, vai ser isso, querida. Eu não vou ficar em casa parado", afirmou Lula.

'República de Curitiba'

Na sequência da conversa, em que Dilma e Lula criticam a divulgação da delação premiada do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), Lula faz referência ao que ele chama de "República de Curitiba".  "Nós temos uma Suprema Corte totalmente acovardada, nós temos um Superior Tribunal de Justiça totalmente  acovardado, um parlamento totalmente acovardado, somente nos últimos tempos é que o PT e o PC do B é que acordaram e começaram a brigar. Nós temos um Presidente da Câmara f....., um presidente do Senado f....., não sei quanto parlamentares ameaçados, e fica todo mundo no compasso de que vai acontecer um milagre e que vai todo mundo se salvar. Eu, sinceramente, tô  assustado com a 'República de Curitiba'. Porque a partir de um juiz de primeira instância, tudo pode acontecer nesse país".

Espetáculo

Na mesma conversa, o ex-presidente afirma que o juiz Sérgio Moro "quis fazer um espetáculo, antes da decisão daquele negócio que tá no Supremo pra decidir, a gente não  sabe se é contra ou a favor, mas ele precisava fazer um espetáculo de pirotecnia. As perguntas foram as mesmas que eu  já respondi ao MP e a dois delegados da PF", disse Lula. Ele segue criticando as apreensões nas casas dos filhos e dos membros do Instituto Lula, como Clara Ant. "A Clara tava dormindo sozinha quando entrou cinco homens lá dentro, ela pensou que era presente de Deus, era a Policia Federal, sabe? então...(risos)".

Dilma respondeu: "Ela pensou que era um presente de Deus? (risos)"

"Então é isso Dilma, eu acho que foi um espetáculo de pirotecnia. A tese deles é de que tudo que tá acontecendo foi uma quadrilha montada em 2003 e que portanto, sabe, ela perdura até hoje, sabe? E dentro do Palácio, é a tese deles, é a tese deles. Então eles não precisam de explicação, como a teoria do domínio do fato não precisava de explicação, o crime estava dado, agora é o seguinte a imprensa diz que é criminoso e eles colocam em prática", criticou Lula.

Janot

Em relatório feito a partir dos áudios, a PF traz trecho em que Lula comenta com Luiz Carlos Sigmaringa Seixas que Rodrigo Janot, procurador-geral da República, recusou quatro pedidos de investigação do senador Aécio Neves, mas aceitou um único contra ele. “Em seguida, Lula sugere que Janot, como forma de gratidão por ter sido nomeado por ele, não poderia ter aceitado o pedido de investigação: ‘Essa é a gratidão...Essa é a gratidão dele por ele ser Procurador’”, afirmou Lula, segundo a PF. Conforme os investigadores, Sigmaringa Seixas sugere utilizar a imprensa para constranger Janot, ao que Lula responde: “Então conversa com o Cristiano”. A conversa termina em seguida.

Procurador de Rondônia

Segundo a interpretação da Polícia Federal, em uma conversa com o ex-ministro Paulo Vanuchi, Lula sugere levantar provas para acusar o procurador de Rondônia Douglas Kirchner, que foi acusado de participar de castigos contra a própria mulher. O caso foi arquivado pelo Conselho Superior do Ministério Público Federal. Kirchner investiga Lula em um caso de suposto tráfico de influência para favorecer empreiteiras a conseguir empréstimos com o BNDES.

Lula: "Nós vamos pegar esse de Rondônia agora, eu vou colocar a Fátima Bezerra e a Maria do Rosário em cima dele".

Paulo Vannuchi: "É isso mesmo!".

Lula: "Sabe porque, eu até tirei um sarro da Clara Ant de ficar procurando o que fazer, faz um movimento das mulheres, contra esse f.. d. p...! Ele batia na mulher, levava a mulher no culto religioso, deixava ela sem comer, dava chibatada nela, sabe?! Cadê as “mulher de grelo duro” lá do nosso partido?!"

Paulo Vannuchi: "(risos) É isso, mestre!"

Fim do sigilo

Segundo Moro, o “levantamento [do sigilo] propiciará assim não só o exercício da ampla defesa pelos investigados, mas também o saudável escrutínio público sobre a atuação da Administração Pública e da própria Justiça criminal”. “A democracia em uma sociedade livre exige que os governados saibam o que fazem os governantes, mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombras”, escreveu. Ainda conforme o magistrado, o sigilo também não se justifica em razão de a “prova ser resultante de interceptação telefônica”. “Sigilo absoluto sobre esta deve ser mantido em relação a diálogos de conteúdo pessoal inadvertidamente interceptados, preservando-se a intimidade, mas jamais, à luz do art. 5º, LX, e art. 93, IX, da Constituição Federal, sobre diálogos relevantes para investigação de supostos crimes contra a Administração Pública”, argumentou.

Envio ao STF

Ao fim do despacho, Moro informa que, diante da notícia de que Lula aceitou convite para ocupar o cargo de ministro chefe da Casa Civil, as investigações serão enviadas ao Supremo Tribunal Federal. O material deve ser enviado após a posse, que está marcada para terça-feira (22).

Sérgio

Tango Bravo Alpha - É Hoje!


Pessoal, é hoje e eu vou. Quem gosta não pode faltar. Seis da tarde na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi de São Paulo.

Sérgio

quinta-feira, março 03, 2016

Howard Scott Warshaw


Para terminar o dia, leiam uma entrevista muito interessante envolvendo tecnologia e sucesso profissional. Vejam como é delicado o equilíbrio entre ser bem sucedido e fracassar e como tudo pode desmoronar se você não delineia seus limites. Veio do UOL:

O jogo eletrônico inspirado no filme E.T (1982), de Steven Spielberg, é considerado o pior de todos os tempos --foi citado até como responsável pelo colapso de sua fabricante, a Atari. Howard Scott Warshaw, o talentoso programador que criou o jogo, conta como o projeto foi realizado em poucas semanas --e hoje, vivendo na Califórnia, relata suas impressões sobre o epísódio. Spielberg não ficou impressionado com o jogo. "Não daria para fazer algo mais como Pac-Man?", ele perguntou. Era julho de 1982 e a Atari, uma das empresas de tecnologia mais bem-sucedidas à época, havia acabado de pagar US$ 21 milhões pelo direitos de adaptação para videogame do novo sucesso de Spielberg: E.T, o Extraterrestre.

Howard Scott Warshaw foi o programador que recebeu a tarefa de desenvolver o jogo. "Eu fiquei atordoado", diz Warshaw. "Era Steven Spielberg, um de meus ídolos, sugerindo que eu tinha detonado o jogo. Meu impulso foi dizer: 'Bem, Steven, você não poderia ter feito algo como O Dia em que a Terra Parou [clássico de ficção científica de 1951]?" O prestígio de Warshaw na Atari era alto. Aos 24 anos, ele havia acabado de finalizar o jogo baseado no filme Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida (1981), de Spielberg. O diretor considerava Warshaw um "gênio".

Prazo apertado

O programador relembra o dia em que recebeu a missão. "Estava no escritório e recebi um telefonema do CEO da Atari. Ele disse: 'Howard, precisamos do jogo do E.T pronto. Você pode fazer?'" "Eu disse: 'Claro que posso!'" Jogos para Atari 2600 eram distribuídos em cartuchos que levavam semanas para ficar prontos. Para E.T chegar às prateleiras no Natal, o cronograma era apertado. O CEO afirmou que o jogo precisava estar pronto em 1º de setembro. "Isso me dava cinco semanas para fazê-lo! Normalmente seriam seis a oito meses para desenvolver um jogo, não cinco semanas", afirma Warshaw. "Então ele disse: 'Pense numa ideia para o jogo e vá até o aeroporto. Haverá um jatinho te esperando para encontrar Spielberg'." "Não sei cheio de quê eu estava, mas estava transbordando", conta o programador. Warshaw pegou um jatinho para apresentar a ideia do jogo a Steven Spielberg.

Ele preparou sua ideia e viajou da sede da Atari na Califórnia até Los Angeles. Sua proposta era uma aventura em que o jogador deveria ajudar o E.T a telefonar para casa, coletando partes de um aparelho interplanetário. O jogador teria que driblar agentes do governo e cientistas para completar sua missão. "Encontrei-me com Spielberg e mostrei todo o desenho do jogo. Disse a ele: 'Acho que é muito importante realizarmos algo inovador. E.T é um filme de impacto e precisamos de um game assim'." "Eu o convenci a desistir da ideia de algo baseado em Pac-Man. Mas a chave era desenvolver um jogo que pudesse entregar em cinco semanas."

Produção 24 horas

A Atari precisava que o jogo fosse um sucesso. As vendas da companhia haviam atingido um pico de US$ 2 bilhões em 1982, mas a empresa estava perdendo mercado para computadores pessoais como o Commodore 64, que tinha mais opções além de jogos. "Foi o trabalho mais difícil da minha vida", afirma Warshaw, que foi o único programador no projeto. "Comecei trabalhando no escritório, mas depois vi que havia um problema: ainda precisava ir para casa dormir e comer de vez em quando." "Então trouxemos uma estação de trabalho para minha casa, para que eu ficasse no máximo dois minutos fora da missão, a não ser quando estivesse dirigindo." Warshaw conta que havia um gerente responsável apenas por garantir que ele estivesse se alimentando. "Quando o processo acabou, eu pensei: 'Uau, eu consegui'."

Jogo era pouco intuitivo e logo desagradou usuários. A Atari produziu uma leva inicial de 4 milhões de cartuchos, e orçou US$ 5 milhões para aquela que seria a maior campanha publicitária da indústria de games até então. "O E.T precisa de ajuda de seu amigo humano - e esse é você!", dizia a propaganda. Anúncios na TV foram veiculados por semanas. O próprio Spielberg apareceu em um vídeo promocional, enquanto Warshaw foi enviado a Londres para a estreia do jogo, e ficou sentado em frente à princesa Diana. "Os chefes acreditavam que qualquer coisa com o nome E.T venderia milhões e milhões", ele conta.

Problemas

O jogo vendeu bem no início, mas logo começaram a circular comentários sobre algo de errado no game. "Era um jogo completo, mas certamente não era perfeito", diz Warshaw. "Havia muitas chances de você acabar em uma situação estranha. Isso era difícil e muitas pessoas abandonaram o jogo." Usuários reclamaram que o personagem do E.T inexplicavelmente caia em armadilhas e ficava preso. Um garoto de dez anos resumiu a história ao jornal "The New York Times": "Não era divertido."

A Atari logo percebeu que o E.T não iria decolar. No começo de dezembro de 1982, anunciou vendas "decepcionantes" no ano, e o valor de sua empresa irmã Warner Communications desabou. Os resultados afetaram outras desenvolvedoras de videogames. "Depois do Natal começamos a receber devoluções", conta Warshaw. "O jogo vendeu quase 1,5 milhão de unidades, mas ainda é pouco quando você precisa vender 4 milhões." No segundo trimestre de 1983, a Warner anunciou perdas de US$ 310 milhões. "As coisas apenas começaram a desandar", afirma Warshaw. "É incrível ser responsabilizado por ter derrubado sozinho uma indústria bilionária, com apenas 8 kb de código. A verdade é um pouco mais complexa."

A queda

Consumidores estavam optando por computadores e o mercado estava saturado por videogames. Numa tentativa de evitar o colapso, preços - e empregos - foram cortados. Mas o esforço foi em vão: a Warner vendeu a Atari em julho de 1984, por US$ 240 milhões. "Levei tempo para me recuperar", relembra Warshaw. "Fui trabalhar como corretor de imóveis por um tempo e odiei. Cheguei a voltar para a tecnologia, como gerente e diretor em games, mas o encanto havia se perdido."

Sentindo-se frustrado criativamente, Warshaw assumiu projetos de roteiros e produção de TV. "Sabia que não tinha mais a oferecer nessa indústria, mas também não via uma alternativa. Entrei em depressão", relata. A solução do programador foi "jogar a razão para o alto", e em 2008 ele se formou como psicólogo. "Talvez uma parte de mim quisesse compensação por todo o trauma e depressão que criei com o jogo E.T", diz. "Mas na verdade era algo que sempre quis fazer."

Hoje Warshaw se apresenta como o "terapeuta do Vale do Silício" e "fluente em inglês e língua nerd". E ele trabalha sua própria história de fracasso com os clientes? "Às vezes, sim", afirma. "Mas todo terapeuta usa suas experiências com os clientes. Para mim é bem natural. Programadores e terapeutas são todos analistas de sistemas. Eu só passei para um hardware bem mais complexo."

Desenterrando o passado

Em abril de 2014, Warshaw teve a própria chance de encarar o epísódio do fiasco de E.T. Uma produtora estava fazendo um documentário sobre uma lenda que durou 30 anos - a Atari teria enterrado caminhões de cartuchos encalhados de E.T em um deserto no Novo México, nos EUA. "Achava que era algo absurdo, nunca tinha acreditado naquilo", diz Warshaw. A cidade de Alamogordo autorizou uma escavação pública em um aterro da cidade, e o programador original foi convidado a acompanhar.

Uma enorme fila de fãs se formou para ver os trabalhos. "Foi estranho estar ali e literalmente ver seu passado sendo desencavado", afirma. Após horas de trabalho, a escavação confirmou que produtos da Atari de fato haviam sido enterrados no aterro. Warshaw foi filmado no momento em que um cartucho amassado do E.T foi retirado do solo, entre outros jogos. "Fiquei muito emocionado", ele conta. "Esse joguinho que escrevi em cinco semanas há mais de 30 anos ainda estava gerando excitação. Estava muito grato."

Para ele, provavelmente o jogo não seja o pior de todos os tempos. "Mas a história da decadência da indústria do videogame precisava de um rosto, e era o E.T." "Eu até prefiro quando pessoas apontam E.T como o pior do mundo, porque eu também fiz Yars Revenge, que é frequentemente citado como um dos melhores. Então, entre os dois, tenho a maior gama de qualquer desenvolvedor na história!"

Sérgio

quarta-feira, março 02, 2016

Tango Bravo Alpha


Pessoal, vem aí o lançamento de um livro muito especial, contando a história da Transbrasil, escrito pelo meu amigo Gianfranco Betting. A obra terá 288 páginas e mais de 600 de imagens, entre fotos, mapas, gráficos e ilustrações, a maioria delas inéditas. Serão mostradas todas as aeronaves operadas, em todas as suas coloridas pinturas, culminando um trabalho de décadas de arqueologia iconográfica. Uma saga de superações e desafios, agora resgatada, que não pode faltar na biblioteca de quem se interessa sobre aviação brasileira. Saibam mais AQUI. O lançamento do livro ocorre no dia 16 de março, na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi, em São Paulo. O preço do livro é de R$ 150,00. Estarei lá!

Sérgio

terça-feira, março 01, 2016

Você acredita na Internet?



Absurdo: vejam esta história: Advogados criam perfil falso na Wikipédia e jurista fictício aparece em documentário e decisão. Veio do site Migalhas:

Jurista, educador, filósofo político, compositor e advogado brasileiro. Segundo a Wikipédia, as qualificações pertencem ao distinto Carlos Bandeirense Mirandópolis: homem com legado e história louváveis e... inexistente, conforme revela reportagem divulgada pelo G1 nesta terça-feira, 23. De acordo com matéria publicada pelo site, Mirandópolis foi "criado" em 2010 por dois advogados paulistas com o objetivo de pregar uma peça em um estagiário, que tinha o hábito de usar indiscriminadamente informações da internet para fazer pesquisas jurídicas. O que eles não esperavam, entretanto, é que o perfil falso na enciclopédia virtual fosse causar tamanho impacto, a ponto de Carlos Bandeirense Mirandópolis figurar em trabalhos acadêmicos, documentário e até decisão judicial.

Perfil falso

De maneira aprazível, o perfil do suposto jurista na Wikipédia – ilustrado com uma foto do político austríaco Michael Häupl – anuncia que Mirandópolis "marcou época não somente por seus profundos estudos sobre as associações civis como também por ter sido um incansável defensor da democracia". Na "trajetória" de vida de Carlos consta que foi catedrático da cadeira de Direito Civil na PUC/SP de 1959 a 1968, quando foi obrigado a abandonar o país pelos militares, no dia seguinte à edição do AI-5. No exílio, segundo a enciclopédia, foi para a França, onde foi convidado a dar aulas na Université de Paris. De acordo com a publicação, ainda exilado Mirandópolis teria sido convidado a ocupar a cadeira de Ruy Barbosa na Academia Brasileira de Letras, mas declinou o convite declarando: "Como posso ser imortal na terra em que já morri há muito?"

Entre as ardilosas histórias contadas no perfil falso, uma delas envolve o famoso cantor Chico Buarque de Hollanda. Pelo texto, Chico teria declarado que a música Samba de Orly, "foi a reconstrução de uma composição original de Mirandópolis". "Segundo ele, a composição de Mirandópolis era muito mais bela, porém este nunca permitiu que fosse gravada, pois não queria perpetuar na partitura a tristeza do exílio." Além de citar várias obras escritas pelo jurista fictício, o perfil falso anuncia que, durante seu último ano de vida, como esforço final, Mirandópolis teria participado do Comício das Diretas Já, em 1984.

Engodo

Os criadores do perfil, os advogados Victor Nóbrega Luccas (direita) e Daniel Tavela Luís (esquerda), contaram em entrevista ao G1 que tudo não passou e uma brincadeira. Após perceberem o hábito de alguns estagiários de usar informações da internet sem checagem, eles pediram que um dos jovens fizesse uma pesquisa sobre a teoria da Oferta Pública de Associação, "que não existe". "A coisa tomou uma proporção que a gente nunca imaginava. Eu esperava aparecer em alguns blogs, mas não em uma fonte mais séria. Eu gargalhei. Mas, se é engraçado por um lado, é triste por outro, porque as pessoas não estão usando a internet corretamente”, disse Victor ao portal.

Alcance


Com a disseminação da história de Mirandópolis, o personagem ganhou notoriedade da internet e passou a ser citado, com relação a seus supostos feitos, como se realmente existisse. Carlos Bandeirense chegou a figurar em alguns trabalhos acadêmicos e até no documentário produzido sobre as Diretas Já. No site da produção, ele é citado no trecho que elenca "lideranças e personalidades" que participaram do movimento. Carlos Bandeirense Mirandópolis ainda teria pregado uma peça no Judiciário. Em decisão datada de novembro de 2014, o Órgão Especial do TJ/RJ declarou a constitucionalidade da lei estadual 6.528/13, que determina, dentre outros, a proibição do uso de máscaras ou de qualquer forma de ocultar o rosto para impedir a identificação em manifestações. Em seu voto, a relatora do processo, desembargadora Nilza Bitar argumentou que "as maiores manifestações deste país foram feitas por brasileiros sem máscaras, fossem elas de direita ou de esquerda". Entre os apontados está o Comícios das Diretas Já, no qual consta como participante o famigerado jurista.

Sérgio