Air France 447

Pessoal,

A revista alemã Der Speigel, em sua edição deste final de semana, baseada em meses de investigação e opinião de especialistas franceses, muitos deles pilotos de Airbus, traz sua hipótese para o acidente do voo AF447 da Air France. Leia a reportagem clicando AQUI. Em resumo, por volt das 02h06 da manhã, horário GMT, após mais de meia hora de forte turbulência a 10.700 metros de altura, o A330 teve seus sensores de velocidade bloqueados por formação de gelo. Aqui vai uma nota, sensores estes que já apresentavam falhas em outros A330 e deviam ser substituídos. Por um problema de reconhecimento da situação por parte dos computadores de bordo, em face dos diversos sinais e dados contraditórios, em sequência se auto-desligaram o piloto-automático e o controle automatizado de potência. Segundos depois, também se foram os sistemas principais e o avião entrou em modo de controle reserva, mas era tarde demais. Sem informações corretas, os pilotos não puderam tomar as ações que deveriam e a aeronave entrou em mergulho, colidindo com o Oceano Atlântico.

É só uma hipótese, mas baseada em fatos concretos, muito realista e de pessoas que não possuem bias contra a Airbus, posto que são franceses. Triste, mas previsível... O problema dos sensores de velocidade do A330 são conhecidos há algum tempo (consta nos registros da própria Airbus, 9 incidentes entre maio e outubro de 2008, por exemplo, para se falar em um período curto), mas não se havia determinado mandatóriamente a troca, havia apenas uma recomendação. Isso custou a vida dos passageiros e tripulantes do AF447. As empresas temem muito a publicidade negativa de uma ordem de troca obrigatória de equipamentos em aviões, mas há casos onde isso não pode ser negligenciado. Outros A330 passaram por situações semelhantes (exemplo de um da australiana Qantas), mas o AF447, em meio ao Oceano, de madrugada, sem visibilidade, radar e sorte, não sobreviveu... Descaso e fatalidade. É sempre assim, um acidente nunca deriva de um fator apenas.

Sérgio