quinta-feira, março 13, 2008

Bolsa Ditadura! Que vergonha!!!

Pessoal,

Difícil colocar assuntos como este em discussão. Mas, não posso me calar. Nosso país possui um sério caso de miopia cultural e política. A falta de educação e cultura é um dos nossos maiores problemas e vai continuar a sê-lo, pois prefere-se papos mais amenos, piadas e cervejas, futebol e novela, qualquer coisa que não uma discussão sobre política ou história. E, assim, não construiremos uma sociedade pensante e quem não pensa elege qualquer um. Mesmo!!! Não bastasse nosso presidente (sim, com letra minúscula mesmo) insistir em fazer apologia da sua ignorância (não estudei e me dei bem, esse é o discurso), ainda nos envergonha com suas aparições em situações vexatórias, como a foto de capa do jornal Folha de São Paulo de ontem, passando debaixo de uma cerca e rolando no chão, gordo, suado, de cara vermelha!!!

O que me deixa mais desapontado é que além disso, inverteram os padrões de moral completamente. Recentemente foi divulgada uma pesquisa demonstrando que a corrupção é encarada como fato natural e aceitável pela maioria dos brasileiros com menor cultura e poder aquisitivo. Ou seja, exatamente a parcela que vota no cidadão e seus comparsas.

Ontem, um editorial de Elio Gaspari na Folha de São Paulo me trouxe um fato que passa despecebido para quase todas as pessoas: a farra das indenizações aos "perseguidos" pelo regime militar. O próprio Lula é um anistiado, que recebe pensão de mais de sete mil reais!!! O PT, em sua administração federal, está primando por indenizar todos os seguidores de movimentos de esquerda brasileiros de todos os tempos, os mesmos que idolatravam Stalin e ainda saudam Fidel Castro como estadista, apesar deste ser apenas um ditador enfraquecido, mas ainda sanguinário. O fato é que terroristas (sim), gente que explodiu bombas no Brasil ao tentar fazer daqui uma nova Cuba, estão sendo agraciados com pensões e indenizações maiores do que as vítimas inocentes dos seus atos.

Leiam a matéria abaixo e expressem sua indignação. O Brasil só vai deixar de ser um país assim quando houver cultura em todos os níveis e lugares. Não se resolve esta questão apenas com escola para as crianças. Não temos tempo de esperá-las crescer... Precisamos educar a nós e aos que estão ao nosso lado. Conheço países evoluídos e sei como é a vida neles. E não falo isso apenas financeiramente. A Cidadania passa longe do brasileiro em todas as suas nuances. Não respeitamos limites de velocidade, faixas de pedrestre, leis, idade, cabelos brancos, minorias e nem mesmo regras de moral. Aliás, que moral temos?

Façam sua parte. Continuarei a fazer a minha... Quero um país melhor não apenas para minha filha, mas para mim e meus amigos. Quero hoje, quero agora. Já!!!

Texto de Elio Gaspari na Folha de São PAulo de 12.03.2008

Daqui a oito dias completam-se 40 anos de um episódio pouco lembrado e injustamente inconcluso. À primeira hora de 20 de março de 1968, o jovem Orlando Lovecchio Filho, de 22 anos, deixou seu carro numa garagem da avenida Paulista e tomou o caminho de casa. Uma explosão arrebentou-lhe a perna esquerda. Pegara a sobra de um atentado contra o consulado americano, praticado por terroristas da Vanguarda Popular Revolucionária. (Nem todos os militantes da VPR podem ser chamados de terroristas, mas quem punha bomba em lugar público, terrorista era.)

Lovecchio teve a perna amputada abaixo do joelho e a carreira de piloto comercial destruída. O atentado foi conduzido por Diógenes Carvalho Oliveira e pelos arquitetos Sérgio Ferro e Rodrigo Lefèvre, além de Dulce Maia e uma pessoa que não foi identificada.

A bomba do consulado americano explodiu oito dias antes do assassinato de Edson Luís de Lima Souto no restaurante do Calabouço, no Rio de Janeiro, e nove meses antes da imposição ao país do Ato Institucional nº 5. Essas referências cronológicas desamparam a teoria segundo a qual o AI-5 provocou o surgimento da esquerda armada. Até onde é possível fazer afirmações desse tipo, pode-se dizer que sem o AI-5 certamente continuaria a haver terrorismo e sem terrorismo certamente teria havido o AI-5.

O caso de Lovecchio tem outra dimensão. Passados 40 anos, ele recebe da Viúva uma pensão especial de R$ 571 mensais. Nada a ver com o Bolsa Ditadura. Para não estimular o gênero coitadinho, é bom registrar que ele reorganizou sua vida, caminha com uma prótese, é corretor e imóveis e mora em Santos com a mãe e um filho. A vítima da bomba não teve direito ao Bolsa Ditadura, mas o bombista Diógenes teve. No dia 24 de janeiro passado, o governo concedeu-lhe uma aposentadoria de R$ 1.627 mensais, reconhecendo ainda uma dívida de R$ 400 mil de pagamentos atrasados.

Em 1968, com mestrado cubano em explosivos, Diógenes atacou dois quartéis, participou de quatro assaltos, três atentados a bomba e uma execução. Em menos de um ano, esteve na cena de três mortes, entre as quais a do capitão americano Charles Chandler, abatido quando saía de casa. Tudo isso antes do AI-5. Diógenes foi preso em março de 1969 e um ano depois foi trocado pelo cônsul japonês, seqüestrado em São Paulo. Durante o tempo em que esteve preso, ele foi torturado pelos militares que comandavam a repressão política. Por isso foi uma vítima da ditadura, com direito a ser indenizado pelo que sofreu. Daí a atribuir suas malfeitorias a uma luta pela democracia iria enorme distância. O que ele queria era outra ditadura. Andou por Cuba, Chile, China e Coréia do Norte. Voltou ao Brasil com a anistia e tornou-se o "Diógenes do PT". Apanhado num contubérnio do grão-petismo gaúcho com o jogo do bicho, deixou o partido em 2002.

Lovecchio, que ficou sem a perna, recebe um terço do que é pago ao cidadão que organizou a explosão que o mutilou. (Um projeto que re- vê o valor de sua pensão, de iniciativa da ex-deputada petista Mariângela Duarte, está adormecido na Câmara.) Em 1968, antes do AI-5, morreram sete pessoas pela mão do terrorismo de esquerda. Há algo de errado na aritmética das indenizações e na álgebra que faz de Diógenes uma vítima e de Lovecchio um estorvo. Afinal, os terroristas também sonham.

Abraços,

Sérgio

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