sexta-feira, junho 10, 2011

Traição virtual


Pessoal,

Assunto estranho... Comum, mas muito delicado. Matéria do G1:

A internet transformou os relacionamentos amorosos. Além de facilitar a paquera, a rede desperta mais ciúmes e é um passo para a traição. Mas o que acontece na internet não deve ser tratado como uma realidade paralela. Ter um caso na web é o mesmo que ter um amante no mundo real, dizem especialistas. “A definição para traição é enganar o outro, tanto na área amorosa como na sexual”, defende o psicólogo Ailton Amélio da Silva, autor do livro “Relacionamento amoroso”. “O que caracteriza uma traição é estar enganando. O flerte na internet é o primeiro passo para a traição ir para o mundo real”, completa. Para os adeptos da paquera on-line, ter casinhos na rede não chega a ser uma traição. “Acho que transferimos para o virtual o que já acontecia, por exemplo, no ambiente de escritório. Um xavequinho, uma cantada”, conta o bacharel em direito Marcos R., que pediu para não ser identificado na reportagem. No entanto, Marcos admite que se a mulher dele tivesse um relacionamento on-line, ele preferia não saber. “Acho que ficaria, sim, com ciúmes”. Para Fabiana G., o parceiro que está flertando na web deve saber até onde ir para não ultrapassar a barreira da internet. Ela encontrou, no e-mail de um ex-namorado, várias trocas de mensagens com uma menina. Em uma delas, eles combinavam de se encontrar. "Acho que flertar é bacana, mas ter um caso, não”, diz.

Erica Queiroz conheceu o marido em um site de relacionamentos há 4 anos. Para dar dicas e contar a sua história bem sucedida, ela lançou o livro “O amor está na rede” e hoje é consultora amorosa. Entre as histórias que ela já ouviu, estão de pessoas que, mesmo depois de terem arranjado um parceiro “real”, continuaram viciadas em paquerar na internet. “Quando conhecemos uma pessoa na rede, idealizamos e colocamos todas as nossas expectativas em cima dela. Isso acaba viciando, ainda mais quando não se conhece o outro ao vivo”. Para Erica, uma conversa virtual com outras intenções já configura uma traição. “Toda interação envolve um sentimento. Alguns acham que isso é só amizade. Outros ficam na dúvida e até se sentem culpados, mas continuam fazendo porque é viciante”, conta. Na maioria dos casos, o flerte virtual não acontece com uma única pessoa. Os viciados querem conhecer mais de um "amante" ao mesmo tempo. Segundo o psicólogo Ailton, esse vício surge do prazer da conquista. “É como se fosse uma droga ou um jogo lúdico”, compara. Marcos completa: “Esse jogo de conquista faz muito bem para o ego e não deixa de ser um videogame. Os riscos são maiores, mas a recompensa também”. Marcos acredita que os relacionamentos normais entediam porque o novo envelhece rápido e logo perde a graça. “Por isso, prefiro dissipar isso no mundo virtual, e sigo casado, feliz, sem sentir necessidade de procurar outra esposa”.

No entanto, os internautas mais ingênuos precisam tomar certos cuidados. Depois que a “presa” já foi conquistada, perde-se o interesse. “Há ferimentos tanto para quem é traído como para as pessoas que se iludem e acreditam que uma conquista virtual pode se transpor para a realidade. Já fui apaixonado por alguém com quem tinha uma relação virtual. É dolorido, mas é do jogo. E nossa geração se acostumou a isso”, conta Marcos. A facilidade trazida pela internet alavancou o número de traições, afirma Ailton. Além de poupar o tempo de deslocamento até os encontros, há menos chance de ser pego. “Na internet também é possível criar e inventar novas possibilidades. Você consegue melhorar a realidade”, explica. Para os solteiros, a internet traz muitas vantagens. “A rede é um excelente lugar para conhecer um namorado", diz Erica. "Quando você vai em uma festa, duas ou três pessoas podem chamar a sua intenção. Depois que a conversa começa, você pode descobrir que não existe nenhuma afinidade. Em sites de relacionamento, você coloca todos os pré-requisitos e encontra rapidamente a pessoa que está procurando”. Hoje, para trair ou namorar, basta um clique.

Sérgio

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