quarta-feira, fevereiro 23, 2011

Caos na aviação



Pessoal,

Aconteceu ontem:


Um avião da A TRIP Linhas Aéreas, modelo ATR-72, registro PR-TTI realizando o voo T4-5602 de Belém  para  Altamira no Pará com 47 passageiros, sofreu um acidente na segunda-feira (21) ás 19^30 horas local em razão da quebra do trem de pouso principal. A aeronave acabou saindo da pista e só parou na grama. Um passageiro que não estava com cito de segurança sofreu ferimentos leves. A aeronave sofreu danos significativos na hélice, motor e asa esquerda. A INFRARO  administradora do Aeroporto informou que a aeronave sofreu apenas danos no trem de pouso, porém as fotos registram o contrário.

Aliás, nossas autoridades do setor aéreo não tem a menor idéia das verdadeiras condições e necessidades do  setor. O caos aéreo no Brasil tende a aumentar com a maior circulação de aeronaves e, além dos já tradicionais atrasos e aborrecimentos nos aeroportos, acidentes certamente acontecerão. Agora, pretendem diminuir as exigências de treinamento (veja matéria abaixo da Folha de São Paulo de 13 de dezembro de 2010). Da mesma maneira, hoje já estão falando em "obras temporárias" nos aeroportos para a Copa do Mundo de 2014. Não somos mesmo um país sério. UM dos maiores ganhos de qualquer lugar que se candidata a um evento destes é o legado de obras de infra-estrutura. E aqui, a área aeronáutica já se ressente  da falta disso para nosso uso cotidiano. É mesmo uma palhaçada...


A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) quer introduzir no Brasil uma nova certificação que poderá acelerar e baratear a formação de pilot os para a aviação regular, substituindo o treinamento em voo por simulador. As novas regras para a Licença de Piloto de Tripulação Múltipla (MPL, da sigla em inglês) seguem critérios da OACI, órgão das Nações Unidas responsável por padrões de segurança na aviação. As regras integram proposta de modernização da regulamentação de certificação de pilotos que a Anac colocou em audiência pública, via internet, no mês passado. Contribuições podem ser feitas até sábado. A expectativa é que a medida entre em vigor até março. "Isso vai ajudar a reduzir o gargalo na formação de pilotos", diz o superintendente de segurança operacional da Anac, David Faria Neto. A substituição do voo real por simulador divide opiniões. Os EUA não adotaram esse modelo, criado em 2006. Ao contrário. Após um acidente da Colgan Air em 2009, em que ficou comprovado erro dos pilotos, o Congresso começou a discutir a pos sibilidade de exigir mais horas de voo de formação. Por outro lado, empresas reconhecidas pelo padrão de segurança, como Lufthansa e Emirates, contratam pilotos sem experiência e investem na sua formação. A MPL prevê um mínimo de 240 horas de experiência para copiloto, que podem ser cumpridas integralmente em simulador. O entendimento é que horas em um simulador idêntico ao avião que o piloto encontrará na vida real terão mais qualidade do que voos em aviãozinho de aeroclube.


FIM DA VARIG


Pela regra em vigor, para se candidatar a copiloto de empresas regulares é preciso ter uma habilitação de piloto comercial com pelo menos 150 horas de voo. Essa formação custa cerca de R$ 35 mil e é bancada pelo profissional. Nos últimos anos, com a derrocada de Varig, Transbrasil e Vasp, TAM e Gol se beneficiaram da oferta de profissionais experientes e passaram a exigir de 1.000 a 1.500 horas de experiência para contratar copilotos. Mas a oferta de mão de obra qualificada praticamente acabou. Com o fim da era Varig, quando pilotos experientes podiam ganhar de R$ 20 mil a R$ 30 mil por mês, a profissão ficou menos atraente. Por isso as empresas começaram a investir em centros de formação, e a Anac passou a oferecer bolsas. As empresas aéreas não sabiam da audiência pública, mas gostaram. "Precisamos de medidas assim, que resolvam a situação com mão de obra brasileira", diz Ronaldo Jenkins, diretor técnico do Snea, o sindicato das empresas aéreas. O Snea já defendeu projeto de lei que permite a importação de pilotos estrangeiros, mas mudou o discurso. A avaliação é que a abertura vai atrair apenas pilotos de países com padrão de segurança inferior ao brasileiro. A falta de pilotos foi responsável por problemas recentes na Webjet. A empresa perdeu cerca de 30 profissionais para as concorrentes nacionais e não teve tempo de repô-los. Já pilotos de TAM e Gol são constantemente assediados pelas estrangeiras.

Sérgio


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