segunda-feira, junho 25, 2012

Crise na educação brasileira


Sou advogado, mas também professor. Claro que nunca dei aula para alunos de fundamental e médio. Não dá para comparar cursinhos de preparação para concurso, graduação em direito e pós-graduação com esta criançada de hoje, mas qualquer um que seja professor ou conheça um, sabe muito bem que estamos formando verdadeiros monstrinhos. Todos só possuem direitos, brigam, fazem o que querem, desrespeitam tudo e todos e os professores são, sempre, os errados. É incrível, mas o Brasil parece a Terra do Nunca: aqui só bandido tem direitos humanos, sem terra destroem tudo e nada acontece, se mata e fica livre e não se repete aluno sob pena de professor apanhar. Acorda Brasil!

Não sei se esta professora sequer escreveu este bilhete, pois se é professora de português, como explicar os erros do bilhete? Pode ser forjado, não?  Duvido que esta é a letra dela... Mas, os jornalistas, em busca de manchetes, não estão nem aí. Dizem que ela foi procurada, mas não acredito muito nisso. Enfim, o coitadinho tem problemas para estudar, mas com 15 anos, garanto que vai para a balada numa boa. Não tem problema nisso, como também não terá em engravidar uma menor qualquer dia destes e trazer mais um beneficiário do bolsa isso e aquilo para nossa sociedade. Quando vamos colocar regras e moral no Brasil? Eu estou exagerando? Talvez um pouco, mas a tônica aqui é essa mesmo. Matéria G1:

Os pais de um menino de 12 anos acusam uma professora de português de uma escola municipal de Sumaré (SP) de sugerir o uso de 'cintadas' e 'varadas' como forma de educar o filho. Em um bilhete em papel timbrado da Escola Municipal José de Anchieta, a educadora solicita que os pais conversem com o aluno porque o garoto estaria tendo comportamento inadequado em sala de aula. Em observação escrita à mão, a professora diz que, caso a conversa não resolvesse, a alternativa seria partir para a agressão. "Quer conversar com o seu filho? Se a conversa não resolver. Acho que umas cintada vai resolver (sic)", escreve a professora. O texto tem erros de concordância verbal e termina com outra sugestão. "Esqueça tudo o que esses psicólogos fajutos dizem e parta para as 'varadas'", completa o bilhete. A denúncia e a cópia do documento foram enviadas para o VC no G1. De acordo com os pais, o menino, que está na 5ª série do ensino fundamental, tem dificuldade de aprendizado, diagnosticada há cerca de dois anos. O estudante iniciou tratamento com psiquiatras e psicólogos para ajudá-lo nos estudos, o que, de acordo com o garoto, virou motivo de perseguição da professora na sala de aula. "Ela fala que eu preciso tomar remédio, que eu tinha problemas mentais e que nunca vou ser nada na vida", relata o garoto. "Eu achei o bilhete um absurdo. Ela mandou meus pais me agredirem e isso não é adequado para uma professora", completa. Depois de receberam o bilhete no começo deste mês, os pais decidiram fazer uma reclamação formal à diretoria, mas a escola não se posicionou a respeito até sexta-feira (22), de acordo com o pai do estudante. "Chegou em um ponto absurdo. Ela (a professora) tem conturbado ainda mais o andamento escolar dele, que já tem dificuldade de aprendizado. A gente sempre soube que ele tinha dificuldade, mas ele sempre esteve lá, estudando", diz o comerciante André Luis Ferreira Lima.

Os pais dizem que o filho é vítima de bullying. "Coisas que ela deveria falar em um ambiente particular, ela fala em frente aos alunos. A classe toda pega no pé dele, porque a própria professora fica o ofendendo. Não é porque o aluno tem dificuldade que a professora pode rebaixar alguém na sala de aula", conta André Lima. A mãe do garoto, Lucineide Ferreira Lima, conta que o filho pediu para trocar de escola por causa da postura da professora. "Se ele precisa de ajuda, não é com 'varadas' e 'cintadas' que eu vou fazer isso. A ajuda dos psicólogos e psiquiatras tem sido boa, ele tem melhorado e se sentido bem. E é assim que vamos educá-lo", defende a mãe. Em nota, a supervisão da Secretaria Municipal de Educação de Sumaré diz que a direção está tomando as providências administrativas sobre o fato. De acordo com a direção da escola, "a professora enviou o bilhete sem o conhecimento do grupo gestor da escola. A regra diz que todo bilhete deve passar antes pela orientação ou coordenação". Ainda em nota, a secretaria afirma que uma psicóloga conversou com todos os professores da 5ª série, inclusive com a professora que enviou o bilhete, mas alega que desde quinta-feira (21), a mãe do aluno não retorna as ligações da escola. Os pais dizem que passaram todos os números de telefones da família, que foram disponibilizados para o contato. O aluno está frequentando as aulas normalmente. A professora também continua lecionando e ainda não foi afastada da função. O G1 tentou conversar com a educadora, mas ela não foi encontrada para falar sobre o assunto.

Sérgio

Nenhum comentário: