Nunca vi nada igual... A Argentina está num estado lamentável graças ao (des)Governo Cristina Kirchner. Mas, o que houve ontem na cidade de Resistência poderia ter sido evitado: o agendamento do jogo em um estádio da 4ª divisão do futebol argentino se deu por política, já que o governador do Estado é presidente do clube dono do local. Pode isso? Mas, não se vanglorie não: o jogo de ida do Superclássico das Américas foi disputado em Goiânia pela proximidade entre CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e o Governo de Goiás. Depois reclamam que as seleções não são mais "tão" respeitadas. Que vergonha...
A partida da volta do Superclássico das Américas, que definiria o título do duelo amistoso entre a seleção brasileira e a Argentina, foi cancelada na noite desta quarta-feira por conta de um apagão no estádio Centenário, na cidade argentina de Resistência. A falta de iluminação impediu a realização da partida e deve deixar o troféu da disputa com o time de Mano Menezes, que havia vencido o jogo de ida, por 2 a 1, há duas semanas, em Goiânia. O Brasil deve se sagrar bicampeão do Superclássico, que substitui a antiga Copa Rocca, porque a partida não será transferida para outra data, segundo Andrés Sanchez, diretor de seleções da CBF. "Impossível [transferir o jogo] porque temos rodada [do Brasileirão] no sábado, por causa das eleições. Seria injusto não atender os clubes. Não dá para ter jogo nestas condições. Os jogadores ficaram tristes, claro, porque vieram preparados para o jogo. Mas vamos embora para São Paulo", afirmou Sanchez, em entrevista à TV Globo. O dirigente, contudo, não confirmou que o título ficará com o Brasil. "O regulamento deste torneio é meio complicado. O troféu vai ser decidido na próxima reunião. Pela lógica, nós somos os campeões. Mas vamos aguardar", declarou, cauteloso. A definição sobre o troféu acontecerá em reunião da Conmebol na próxima semana.
Os dirigentes da CBF e da AFA (Associação de Futebol Argentino) chegaram a um acordo para cancelar a partida às 23h10, um hora e 10 minutos depois do horário marcado para o início do duelo. A medida já havia sido sugerida pelo árbitro chileno Enrique Osses, insatisfeito com os problemas de iluminação do modesto estádio, com capacidade para 25 mil torcedores. A arena, do Sarmiento, clube da 4ª divisão argentina, sofreu três blecautes antes do início da partida. Os dois primeiros aconteceram a menos de uma hora do jogo. O terceiro apagão ocorreu a poucos instantes do pontapé inicial, quando as duas seleções já estavam prontas em seus respectivos lados do campo. Sem esconder a insatisfação com a falta de estrutura do estádio argentino, Sanchez criticou a AFA pela escolha do modesto estádio. "Tudo que envolve política no futebol dá esse problemas. Com certeza, hoje seria um jogo político aqui", reclamou. O Centenário teria sido escolhido pela presidente Cristina Kirchner para agradar o governador da província do Chaco, Jorge Capitanich, presidente do Sarmiento.
Sem datas para disputar a partida cancelada, a seleção brasileira voltará a campo mais duas vezes neste mês em amistosos previamente definidos pela CBF. Já na próxima semana, no dia 11, o time de Mano enfrentará o Iraque, do técnico Zico, na Suécia. Cinco dias depois, o adversário será o Japão, na Polônia. O elenco, com várias mudanças, se apresentará no domingo para a viagem à Europa.
Política
Se o jogo de ida do Superclássico das Américas foi disputado em Goiânia pela proximidade entre CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e o Governo de Goiás, a partida de volta, em Resistencia, na Argentina, não será diferente. O fato de a seleção brasileira ter que jogar em um estádio de time de 4ª divisão, que tem capacidade para apenas 25 mil pessoas e não recebe um jogo há cerca de dois meses, é consequência de troca de favores entre a presidente Cristina Kirchner e o governador da província do Chaco, Jorge Capitanich - que, por acaso, é presidente do Sarmiento de Resistencia, time que vai ceder seu campo para o duelo entre Brasil e Argentina.
Capitanich é um dos maiores aliados de Kirchner, e quer usar a partida para posicionar o Chaco como "um lugar excelente para a realização de eventos esportivos nacionais e internacionais", segundo declarou em coletiva de apresentação do Superclássico. Seu Estado é um dos mais pobres da Argentina, com altos índices de desemprego e também de analfabetismo (5%, contra 2% da média nacional). Apesar disso, vem crescendo economicamente, graças à força da agricultura - os principais cultivos são algodão, soja, milho, sorgo e cana-de-açúcar. Isso não mascara, porém, a falta de insfraestrutura de Resistencia (275 mil habitantes, 940km de Buenos Aires) para o Superclássico.
Com uma rede hoteleira bastante modesta, já que não é um polo de turismo, a cidade não tem condições de receber torcedores, jornalistas e comitivas das seleções. Com isso, muita gente terá que se hospedar na cidade vizinha, Corrientes, que é separada de Resistencia apenas por uma ponte. Na capital da província de Corrientes, há mais hotéis e melhor infraestrutura. Além disso, o Estádio Centenário, que vai receber o jogo, comporta apenas 25 mil torcedores (capacidade, por exemplo, da Fonte Luminosa, em Araraquara-SP, de São Januário, estádio do Vasco, ou do Independência, do América-MG), muito pouco para receber o maior clássico sul-americano.
O Centenário não é usado em jogos oficiais há cerca de dois meses. O dono do estádio é o pequeno Sarmiento, que disputa o Torneo Argentino B (4ª divisão) e tem como presidente justamente Jorge Capitanich, governador da província do Chaco (atualmente em seu 2° mandato) e homem-forte do partido Justicialista, o mesmo da presidente Cristina Kirchner. A arena foi construída em 2011 (graças a uma aliança entre Capitanich e o Governo Federal), e sua inauguração, em um amistoso entre Argentina e Paraguai, foi a última aparição pública do ex-presidente Néstor Kirchner (marido de Cristina) antes de sua morte. Apesar disso, o estado do gramado é ruim, com reparos sendo feitos em cima da hora antes do clássico. Algo que já era esperado pelos jogadores da seleção brasileira.
"Vai ser parecido com gramado de jogo da Libertadores. Estamos acostumados com isso. Vai sair faísca, a gente sabe bem, só que vamos para jogar só na bola", disse o volante Ralf, do Corinthians. O santista Arouca, seu companheiro de meio-campo, também comentou sobre o acanhamento do estádio, algo que aumentará a pressão sobre os brasileiros: "Vamos enfrentar uma grande pressão, sem dúvida, mas já estamos acostumados com isso. Em um Brasil x Argentina, não poderia ser diferente", afirmou o volante, que, apesar da pouca experiência na seleção, já foi campeão da Copa Libertadores com a equipe da Vila Belmiro.
Política
Se o jogo de ida do Superclássico das Américas foi disputado em Goiânia pela proximidade entre CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e o Governo de Goiás, a partida de volta, em Resistencia, na Argentina, não será diferente. O fato de a seleção brasileira ter que jogar em um estádio de time de 4ª divisão, que tem capacidade para apenas 25 mil pessoas e não recebe um jogo há cerca de dois meses, é consequência de troca de favores entre a presidente Cristina Kirchner e o governador da província do Chaco, Jorge Capitanich - que, por acaso, é presidente do Sarmiento de Resistencia, time que vai ceder seu campo para o duelo entre Brasil e Argentina.
Capitanich é um dos maiores aliados de Kirchner, e quer usar a partida para posicionar o Chaco como "um lugar excelente para a realização de eventos esportivos nacionais e internacionais", segundo declarou em coletiva de apresentação do Superclássico. Seu Estado é um dos mais pobres da Argentina, com altos índices de desemprego e também de analfabetismo (5%, contra 2% da média nacional). Apesar disso, vem crescendo economicamente, graças à força da agricultura - os principais cultivos são algodão, soja, milho, sorgo e cana-de-açúcar. Isso não mascara, porém, a falta de insfraestrutura de Resistencia (275 mil habitantes, 940km de Buenos Aires) para o Superclássico.
Com uma rede hoteleira bastante modesta, já que não é um polo de turismo, a cidade não tem condições de receber torcedores, jornalistas e comitivas das seleções. Com isso, muita gente terá que se hospedar na cidade vizinha, Corrientes, que é separada de Resistencia apenas por uma ponte. Na capital da província de Corrientes, há mais hotéis e melhor infraestrutura. Além disso, o Estádio Centenário, que vai receber o jogo, comporta apenas 25 mil torcedores (capacidade, por exemplo, da Fonte Luminosa, em Araraquara-SP, de São Januário, estádio do Vasco, ou do Independência, do América-MG), muito pouco para receber o maior clássico sul-americano.
O Centenário não é usado em jogos oficiais há cerca de dois meses. O dono do estádio é o pequeno Sarmiento, que disputa o Torneo Argentino B (4ª divisão) e tem como presidente justamente Jorge Capitanich, governador da província do Chaco (atualmente em seu 2° mandato) e homem-forte do partido Justicialista, o mesmo da presidente Cristina Kirchner. A arena foi construída em 2011 (graças a uma aliança entre Capitanich e o Governo Federal), e sua inauguração, em um amistoso entre Argentina e Paraguai, foi a última aparição pública do ex-presidente Néstor Kirchner (marido de Cristina) antes de sua morte. Apesar disso, o estado do gramado é ruim, com reparos sendo feitos em cima da hora antes do clássico. Algo que já era esperado pelos jogadores da seleção brasileira.
"Vai ser parecido com gramado de jogo da Libertadores. Estamos acostumados com isso. Vai sair faísca, a gente sabe bem, só que vamos para jogar só na bola", disse o volante Ralf, do Corinthians. O santista Arouca, seu companheiro de meio-campo, também comentou sobre o acanhamento do estádio, algo que aumentará a pressão sobre os brasileiros: "Vamos enfrentar uma grande pressão, sem dúvida, mas já estamos acostumados com isso. Em um Brasil x Argentina, não poderia ser diferente", afirmou o volante, que, apesar da pouca experiência na seleção, já foi campeão da Copa Libertadores com a equipe da Vila Belmiro.
Sérgio
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