TAM 3054

Pessoal,

Uma matéria divulgada pela Rede Globo no Fantástico ontem deu acesso para todos ao áudio (link abaixo) do gravador de vozes da cabine do Airbus A320 da TAM que fazia o vôo 3054 no ano passado e se acidentou em São Paulo, ao sair da pista de Congonhas. Já falamos sobre este acidente aqui e são tristes as conclusões. Devemos lembrar que o resultado da investigação da Polícia Civil não é, de modo algum conclusivo, afinal é feito por pessoas estranhas à aviação. Porém, até eles, que são leigos, já viram que o maior fator determinante externo foi a pista. Mas, isso não é tudo. Um acidente é sempre causado por uma conjunção de fatores e não apenas um, na esmagadora maioria de casos. O que me deixou confortável foi o fato de não culparem, simplesmente, os pilotos, que fizeram o que podiam para evitar o acidente. No caso do TAM 3054, a conjunção de fatores engloba a pista extremamente molhada e sem aderência, com lâmina de água, uma aeronave muito pesada, com lotação máxima de passageiros (e suas bagagens) e combustível para continuar, depois de SP, em outras etapas.O reversor pinado não foi determinante ao acidente em si, pois sua participação na frenagem de um avião é muito menor do que a dos spoilers e dos freios, dois que não funcionaram como deveriam: os spoilers não abriram e o freio, dada a água na pista, não segurou o Airbus. 

Porém, tenho ainda minhas dúvidas acerca do sistema de gerenciamento de vôo do Airbus A320. Além do acidente com um protótipo ainda em 1988, já são três os acidentes fatais de A320 que não pararam nas pistas (1993, Lufthansa em Varsóvia, Polônia, 2007, TAM em São Paulo e 2008, TACA em Tegucigalpa, Honduras), como deveriam, além de quatro incidentes (sem vítimas) da mesma maneira. Óbvio que a Airbus nega, mas conheço pilotos na ativa e até mesmo na TAM que pensam da mesma maneira que eu. Estranho...

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Abraços,

Sérgio