sexta-feira, julho 06, 2012

Separatismo?


Ah, e por falar em São Paulo, achei esta na Super Interessante. E se aqui fosse um País? É de 2010, mas vale a pena ler!

A República de São Paulo nasceria como um país até grandinho em termos globais, com 40 milhões de habitantes (32º do mundo) e território de 248 mil quilômetros quadrados, pouco mais que o Reino Unido. A economia também seria respeitável: a 2ª economia mais forte da América do Sul, com PIB de US$ 550 bilhões - 60% maior que o da Argentina. Por essas, aliás, alguns paulistas gostam de dizer que seu estado é "a locomotiva do Brasil". E os mais radicais batem no peito dizendo que sustentam o resto do país. Mas não. Vamos por partes: São Paulo é, de fato, o estado que mais contribui em impostos para a União. Em 2008, por exemplo, pagou R$ 207 bilhões e recebeu só R$ 9 bilhões do governo federal para gastar. Uma diferença de R$ 197 bilhões. Mas isso não significa sustentar o país. Estados com PIBs bem mais magros também arcaram com déficits gordos: o Rio pagou R$ 104 bilhões a mais do que ganhou da União. O Distrito Federal, R$ 37 bilhões. Amazonas e Bahia, cerca de R$ 5 bilhões cada um. Na real, só 11 dos 26 estados ficaram no lucro, e quem ganhou mais foi o Tocantins, que pagou R$ 0,4 bilhão de imposto e ficou com R$ 2,3 bilhões. Ou seja: o país tem mais locomotivas do que vagões. E São Paulo é só uma delas. Para ter uma ideia mais clara de como seria esse novo país, temos que pesar dois pontos. Primeiro: um estado paulista independente teria quase R$ 200 bilhões a mais por ano para gastar consigo mesmo. É dinheiro suficiente para elevar os padrões de educação, saneamento e saúde a um grau de primeiro mundo, se bem aplicado. Um belo ganho. Mas a perda pode ser maior. Fazer parte de um país significa ter acesso a todo o mercado da nação sem pagar impostos. Se você planta cana em São Paulo pode vender seu etanol para os postos de gasolina do Mato Grosso, mas não para os dos EUA, que cobram taxas pesadas sobre o álcool. Se o resto do Brasil levantar barreiras assim, São Paulo teria pouco acesso ao mercado de um país que, mesmo sem seu estado mais rico, seria a 14ª maior economia do mundo. Um péssimo negócio. Para os dois lados...

Sérgio

Nenhum comentário: