terça-feira, novembro 30, 2010

Livros eletrônicos


Pessoal,

É a tecnologia... A matéria abaixo é do jornalista Tim Bradshaw do Financial Times de Barcelona. Isso realmente é uma tendência.

Acredita-se que bancários adquiram títulos que não vão ler, por falta de tempo. Executivos de bancos de investimento estão dando sustentação ao nicho de mercado de e-books, comprando livros que talvez nunca venham a ler, de acordo com um coadministrador da Lagardère, proprietária da editora de livros Hachette Livre. Os comentários foram feitos depois do acordo firmado entre a Hachette e o Google, na semana passada, que permitirá à empresa americana de buscas na internet digitalizar e também vender seus títulos já esgotados. Dominique D'Hinnin, diretor-financeiro da Lagardère, disse em teleconferência do Morgan Stanley TMT, em Barcelona, que embora a maioria dos compradores de livros de bolso sejam mulheres com 50 e poucos anos e renda média, os clientes de livros eletrônicos tendem a ser mais jovens, formando um mercado mais lucrativo. "Não estamos, ainda, falando de um mercado de massa. A maioria dos compradores de livros eletrônicos são homens em torno 35 anos e com muito dinheiro no bolso. Basicamente, são funcionários de bancos de investimentos", disse D'Hinnin.

Esse mesmo mercado de substancial poder aquisitivo acostumado a comprar iPads está fomentando maiores volumes de publicidade em revistas eletrônicas, acrescentou. Os preços dos e-books são cerca de 20% inferiores aos de novos lançamentos em capa dura, disse ele, gerando maiores volumes de vendas e maiores margens, porque não é preciso bancar custos de impressão ou distribuição. "O que estamos vendo são operadores de bancos de investimentos, que têm leitores de livros eletrônicos, comprar mais livros do que adquiririam nas versões em papel", disse ele. "São compras por impulso (de livros) que poderão nunca ler. De todo modo, isso também acontece com livros de papel - todos nós compramos livros que não temos tempo para ler -, mas é uma tendência mais forte no caso de e-books, porque a compra é mais fácil e mais rápida", afirma ele. "Assim, os volumes de vendas estão em alta e é por isso que se trata de uma oportunidade do ponto de vista do editor. As margens são melhores e os volumes estão em alta."

Advertindo que embora as vendas sejam muito pequenas, especialmente na Europa, para permitir estimativas sobre um mercado de massas em potencial, D'Hinnin negou que haja pressão baixista sobre os preços. "Nunca compramos um livro porque ele é um mais barato, a gente compra porque deseja lê-lo", disse ele. "Se sabemos que há um bom livro que todo mundo quer ler, nós o colocamos à venda por determinado preço, mas se não funcionar, depois podemos ir baixando o o valor estabelecido." Os editores podem definir os preços pelos quais venderão seus livros através de lojas de e-books do Google e da Apple, depois que muitos recusaram a proposta da Amazon de que praticassem preços mais baixos nas versões para o Kindle, da companhia. Os e-books representam 9% das receitas de livro na indústria editorial americana, disse D'Hinnin, mas apenas 1% no Reino Unido e "zero" na França.

Os tablets figuraram entre os mais "quentes" temas no evento organizado pelo Morgan Stanley, nos EUA, onde, semana passada, foram vistos muitos executivos - como James Murdoch, da News Corp.; John Wren, da Omnicom; e Martin Sorrell, da WPP -, portando os iPads, da Apple.

Sérgio

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