quinta-feira, dezembro 15, 2011

A "Guerra" brasileira


Pessoal,

Basta... Não dá para continuar ignorando que vivemos uma guerra no Brasil. Parabéns para Santa Catarina, com os menores números pela segunda vez e vergonha aos Estados do Norte e Nordeste, em geral, terra sem lei, apesar da quantidade de gente excelente que tem por lá. Sinto em saber que bons amigos vivem à mercê de tamanha violência. Mas, São Paulo e Distrito Federal também sofrem. Como pai, temo por minha filha em Brasília e eu, que moro no interior de São Paulo, pauto diversas decisões diárias e cotidianas (como que carro vou comprar ou não), temendo a violência que vem associada ao nosso estilo de vida. Agora pergunto: isso é justo? Eu, você, nós, trabalhadores, temermos por nossa vida, enquanto os criminosos reinam pelas ruas? Veja a matéria do G1 abaixo e visite a página para mais tabelas. Baixe, no link abaixo, o mapa do estudo a veja como é grave a situação. E eu fico inconformado com a maneira com que os governos, em todos os seus níveis, ignora, solenemente, esta situação.

Ah, e nem me venham os defensores dos Direitos Humanos. Esse direito temos nós e não bandidos. Quando neles respeitarem meus Direitos Humanos, respeitarei os deles.

Mais de 1 milhão de pessoas morreu vítima de homicídios no país nos últimos 30 anos, aponta o Mapa da Violência 2012, elaborado com base em informações do Ministério da Justiça e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde. (baixe a íntegra do estudo em PDF, em arquivo de 7 MB). O estudo mostra que o Brasil tem uma média anual de mortes violentas superior à de diversos conflitos armados internacionais. O índice de homicídios por 100 mil habitantes passou de 11,7 em 1980 para 26,2 em 2010 no Brasil, superior às 13 mil mortes por ano registradas na Guerra do Iraque desde 2003.

Segundo o estudo, houve um aumento de 124% desde o ano de 1980 ou 2,7% ao ano, informa o levantamento. As mortes violentas passaram de 13.910 casos registrados em 1980 para 49.932 em 2010. No total foram 1.091.125 assassinatos. O aumento, em termos de números brutos, nas últimas três décadas chega a 259% - 4,4% de crescimento anual. De 1980 a 1985, houve um crescimento acelerado de assassinatos nas capitais e regiões metropolitanas, que passam de 17,9 para 40,1 homicídios para cada 100 mil habitantes no período. O crescimento nas capitais nestes 15 anos chega a 123,8%, ou cerca de 5,5% ao ano. As mortes no interior crescem 55,9% no período - 3% ao ano. Entre 1995 e 2003, aponta o estudo, o aumento na taxa de homicídios nas capitais é de 9,8% (incremento anual de 1,2%). Já no interior a marca cresce mais - 41,4% nos oito anos - cerca de 4,4% anual.

Nos últimos sete anos, o levantamento percebe uma tendência de queda na taxa de assassinatos registrada nas capitais e um aumento contínuo da mesmo no interior. Enquanto que, nas grandes cidades a taxa passou de 44,1 em 2003 para 33,6 em 2010, nas cidades do interior houve um crescimento, passando a média nacional de 16,6 em 2003 para 20,1, em 2010. “O interior, que antigamente era uma ilha de tranquilidade, deixou de ser. Estes novos municípios, principalmente que viraram polos de crescimento, também estão virando polos de criminalidade”, afirma o pesquisador. “Temos que pensar em políticas públicas que pensem em tratar o aumento da violência nas cidades do interior, principalmente em zonas de fronteira”, acrescentou Waiselfisz. Ele também destacou que a criminalidade e as mortes estão migrando para o interior devido ao crescimento da repressão e do reforço na segurança pública e no policiamento nas capitais e regiões metropolitanas.

Dados de 2010

O índice de homicídios caiu no país no ano passado, passando de 27 casos por 100 mil habitantes em 2009 para 26,2 em 2010. Em 2008, a taxa ficou em 26,4. Quando se analisa o ranking por estados, Alagoas lidera o ranking da taxa de homicídios em 2010  - foram 66,8 casos por 100 mil habitantes. Em seguida estão os estados de Espírito Santo (50,1), Pará (45,9), Pernambuco (38,8) e Amapá (38,7). Santa Catarina foi o estado que registrou o menor índice no ano passado (12,9). Já dentre as capitais, Maceió aparece como a mais violenta: foram 109,9 homicídios/100 mil habitantes em 2010. Em seguida estão, João Pessoa (80,3), Vitória (67,1), Recife (57,9) e São Luis (56,1). O município baiano de Simões Filho, com média de 146,4 homicídios por 100 mil habitantes nos últimos três anos, encabeça a lista quando o critério são as cidades com mais 10 mil habitantes mais violentas. Na sequência estão Campina Grande do Sul (PR), com taxa 130, e Marabá (PA), com taxa 120,5. Segundo o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, diretor de Pesquisas do Instituto Sangari, o nível epidêmico de homicídios considerado pela ONU é 10 mortes por 100 mil habitantes.

Sérgio

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