quarta-feira, setembro 26, 2012

Bom aluno...


Vejam que absurdo... Em Santos, aluno apaga notas, briga com professora e é transferido. Decisão partiu de reunião do conselho de classe. Vídeo com discussão em sala de aula foi publicado no YouTube. As famílias estão criando verdadeiros monstros. Eu não serviria para ser professor, vejam o vídeo acima, olha só a bagunça na sala, cada um faz o que quer, não há mais respeito por nada, muito menos pelos professores. Ah, e celulares deveriam ser proibidos em sala de aula. Acho até que a situação foi premeditada, pois qual a razão de um outro aluno estar gravando? Não é estranho? Matéria do G1:

O aluno que se envolveu em uma briga com a professora em Santos, no litoral de São Paulo, após apagar notas do diário de classe passará por transferência compulsória. O caso aconteceu no dia 13 de setembro, mas ganhou repercussão uma semana depois, após o vídeo gravado por um colega de classe ter sido publicado no YouTube. Tanto a professora quanto o adolescente de 15 anos registraram boletim de ocorrência sobre o caso. A decisão aconteceu em uma reunião do Conselho de Classe na sexta-feira (21). Segundo o Colégio Santa Cecília, “após constatar que foi concedido ao aluno irrestrito exercício ao contraditório e à ampla defesa, considerando as imagens existentes, a versão e a defesa apresentada pelo estudante, que foi subscrita pelo advogado, o Conselho decidiu, de forma unânime, pela aplicação da penalidade de transferência compulsória, por entender que os atos praticados significaram falta gravíssima à luz do Regimento.”

Segundo informações do Boletim de Ocorrência registrado pela professora, que dá aulas de Inglês, a confusão começou quando o adolescente ficou insatisfeito com a nota obtida na prova. Com isso, o aluno pegou a caderneta de informações da professora e apagou as anotações. Com receio de que o aluno rasgasse a caderneta, segundo o BO, a professora levantou-se e foi em direção a ele. Ainda de acordo com o documento, o aluno empurrou a professora no chão e, ela segurou o menor com as pernas para impedir que ele a chutasse. A confusão só parou quando um inspetor de alunos entrou na classe.

De acordo com a delegada Rita de Cássia Mendez, a ocorrência foi registrada pela professora na Delegacia de Infância e Juventude de Santos. "O caso já foi encaminhado para a Vara da Infância e da Juventude, os dois (professora e aluno) aguardam resultado do laudo do IML que fizeram. O laudo será encaminhado à Diju e depois enviado à Vara da Infância”, afirma a delegada. A família do adolescente também registrou ocorrência na Delegacia de Defesa da Mulher em Santos. O G1 tentou acesso às informações deste documento, mas não obteve permissão.

Em nota, o Colégio Santa Cecília afirma que o Diário de Classe é um documento oficial da escola, e que o estudante se dirigiu à professora de forma intensamente desrespeitosa. O G1 tentou contato com os advogados da professora e do adolescente envolvidos na confusão, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

Confira as notas oficiais divulgadas pelo Colégio Santa Cecília:

“Em respeito aos alunos, pais, familiares, professores, à comunidade acadêmica e em geral, o Colégio Santa Cecília esclarece, a bem da verdade:

1. No dia 13/9/12, quinta-feira da semana passada, ocorreram atos de insubordinação da parte de um aluno de 15 anos, do 1º ano do Ensino Médio, que se dirigiu à professora, na classe, de forma intensamente desrespeitosa. O referido aluno fez ameaças físicas e verbais, chegando ao ponto de retirar das mãos da professora o diário de classe, que é um documento oficial da Escola.

2. Conforme robustas provas em nosso poder, já no final da aula, o adolescente pôs-se a apagar as anotações constantes no Diário.

3. A referida professora, em respeito à ordem e aos direitos dos demais alunos, tomou a iniciativa de tentar recuperar o Diário de Classe, um instrumento vital do histórico escolar do corpo discente, porque contém o registro das notas, avaliações, frequência às aulas e demais observações, feitas exclusivamente pelo professor. Quando a mestra tentou recuperar o importante documento, ambos os envolvidos foram ao chão.

4. Imediatamente, o inspetor de alunos entrou na sala e a ordem foi restabelecida. A Direção da Escola contatou os responsáveis legais pelo aluno, para que comparecessem à escola, norma de procedimento em se tratando de um adolescente. O aluno aguardou a chegada de seus pais na sala da Direção, como é de praxe.

5. A Direção já tomou todas as medidas cabíveis, além de encaminhar ao Conselho de Classe e demais departamentos todas as provas, garantindo, em todas as etapas, a apuração das condutas, e o sagrado direito ao exercício do contraditório e à ampla defesa aos envolvidos.

6. Lamentamos profundamente o ocorrido, um fato isolado, que de maneira nenhuma reflete o comportamento e a postura de sadia convivência no ambiente escolar de seus alunos, demonstrados ao longo de mais de 50 anos da existência dessa instituição, que é, reconhecidamente, referência em Educação.”

“Segundo prevê o Regimento da Escola, o Conselho de Classe se reuniu nesta sexta-feira (21/9) pela manhã, para deliberar a respeito do processo disciplinar desenvolvido, em reunião que contou, inclusive, com a presença do advogado do aluno, dr. Claudio Augusto. Após constatar que foi concedido ao aluno irrestrito exercício ao contraditório e à ampla defesa, considerando as imagens existentes, a versão e a defesa apresentada pelo estudante, que foi subscrita pelo advogado, o Conselho decidiu, de forma unânime, pela aplicação da penalidade de transferência compulsória, por entender que os atos praticados significaram falta gravíssima à luz do Regimento."

Protesto

Um grupo formado por professores e estudantes realizou uma passeata na noite desta segunda-feira (24), em apoio à professora que se envolveu na confusão. O manifesto partiu da Praça das Bandeiras, no Gonzaga, e terminou na Praça da Independência, tradicional palco de manifestações populares da cidade. O ato foi organizado pela comerciante Valquíria Augusto Nascimento, por meio de uma página no Facebook. A comerciante, que já trabalhou como professora, diz que abandonou a profissão em 2008 devido à indisciplina e problemas na sala de aula. "Teve um problema de agressão física e verbal em uma escola em Santos. Enquanto eu via o vídeo rolando pelas redes sociais, aquilo me indignou bastante e eu me vi postando minha revolta na internet. No meio do caminho apaguei e vi que não adiantava nada, cada um dentro da sua casa estava com a sua indignação", afirma a comerciante.

Como forma de apoio à professora agredida e em um ato alusivo à paz, Valquíria espalhou para os amigos que pretendia realizar a passeata. "Eu criei o evento para que todo mundo unisse força e fizesse uma demonstração contrária à revolta, que todos unissem suas energias para que esse quadro mude, para que os pais ensinem o respeito, o amor ao próximo. Que dêem limites em casa, para que esse aluno venha pronto para a escola e que os alunos tenham paz", diz Valquíria. A ação teve participação de diversos professores, que vestiam roupas azuis, e também de alunos de diversas escolas, que vestiam branco em alusão à paz. Entre os adolescentes, estavam presentes os três filhos da professora envolvida no episódio, mas eles não quiseram falar sobre o assunto.

Sérgio

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