A matéria vem do G1. Se verdadeira, um descalabro. Digo SE pelas condições delicadas do tipo de denúncia e a forma de agir. Mas, é triste ver uma pessoa usando de sua profissão e/ou cargo para abusar de terceiros ou mesmo prejudicar outros, como no caso do advogado, ex-presidente de Comissão de Direitos Humanos da OAB aqui no Estado de São Paulo, que "traficava" celulares para dentro de presídios (também matéria do G1). Que as punições sejam exemplares, não podemos conviver com gente assim.
O Médico
O ginecologista Rogério Pedreiro, de 48 anos, foi preso na manhã desta sexta-feira (31) em seu próprio consultório, em São Paulo, por suspeita de abusar sexualmente de duas pacientes, mãe e filha, durante consulta realizada no dia 18 de junho. A prisão preventiva dele foi decretada pela Justiça a pedido da delegada Lisandrea Zonzini Salvariego Colabuono, titular da 2ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), após ouvir o depoimento das vítimas, de 49 e 24 anos. Além da mãe e da filha, outras quatro mulheres já haviam prestado o mesmo tipo de queixa contra o especialista, segundo a delegada Lisandrea. O médico, que nega as acusações das pacientes, ficará detido até um eventual julgamento. Ele foi indiciado por violação sexual mediante fraude. “Ele fazia perguntas de cunho muito pessoal e também realizou um exame anal nelas sem necessidade. As duas não se queixavam de dor, mas após o exame disseram que ele as machucou. Eu me convenci que o médico fugiu de um atendimento convencional, e pedi sua prisão”, afirmou a delegada ao G1. O médico foi preso na clínica onde trabalha, na região do Campo Belo, Zona Sul de São Paulo. “O crime de violação sexual se difere do estupro porque não há uso de violência e grave ameaça. No caso específico das vítimas, ele usou da condição de médico para molestá-las”, disse a delegada. “Também gostaria que mais mulheres que foram vítimas dele procurem à DDM já que ele responde a quatro investigações por violação sexual”.
O Advogado
Preso: O cara vai trocar a muleta para mim, entendeu, que a minha muleta quebrou. Então é só para você tá junto com ele lá, na hora de entregar, tem que ter um parente, entendeu?
Depois, um outro detento liga para Roberto Fiore:
Preso: Acabou de falar com a irmã do rapaz aqui. Ela falou assim que já vai ligar aí para o senhor. E que vai combinar com o senhor.
Advogado: Ah tudo bem, sem problema.
Preso: Ela vai precisar ir junto, não vai? Um pessoal dele.
Advogado: Vai, vai precisar para levar lá né.
No dia da audiência, na segunda-feira (27), houve outro telefonema para o advogado:
Preso: O Fiore!
Advogado: Isso.
Preso: É o ‘Lemão’. Deixa eu falar pra você. Mudou o fórum dele é hoje.
Advogado: É hoje mesmo então?
Preso: Meio dia e meio ele vai estar lá hoje.
Advogado: Eu acerto lá pela uma hora só para trocar esse negócio (muleta) para ele.
Preso: Já tá com você o negócio (muletas)?
Advogado: Não, não, ela vai me entregar amanhã de tarde. Na parte da tarde, mas agora que mudou o dia eu já vou ligar lá para ela e avisar que é hoje.
Flagra
Fiore foi flagrado ao tentar entregar uma muleta com seis celulares e carregadores escondidos a um preso, no Fórum da cidade, na última segunda-feira (27). Uma testemunha contou à polícia que foi pegar as muletas no carro do advogado. Segundo o delegado Fernando Bravo, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), Fiore receberia até R$ 8 mil para entrar com os aparelhos na cadeia. Para Herivelto de Almeida, promotor de Justiça, a ação praticada pelo advogado é antiga. “Ele já defende integrantes da facção há algum tempo e, além disso, visita regularmente vários outros membros dessa organização, a quem ele não representa, e outras pessoas no interior da penitenciária local. Com base nisso e outros elementos, chegamos à conclusão que ele abusa de suas prerrogativas”, explica Almeida. “Além da formação de quadrilha, da introdução de aparelhos, chegamos à conclusão que o advogado efetivamente faz parte dessa organização criminosa e será denunciado também por associação ao tráfico de entorpecentes para a prática de crime hediondo, praticado nas penitenciárias”, completa Almeida.
Uma carta encontrada dentro da penitenciária indica que os detentos tinham conhecimento do ingresso de celulares na unidade. Para a polícia, as quatro páginas são uma prova de que Roberto Fiore sabia que os aparelhos estavam escondidos nas muletas, que seriam entregues ao preso que seria ouvido naquela segunda. A carta apreendida foi escrita por presos que fazem parte da facção criminosa. Nela, há indicação de que advogados fazem parte de um esquema para entrega de celulares. A expressão ‘sintonia dos gravatas’ significa essa atuação. De acordo com o promotor, o Ministério Público investiga o envolvimento de outros defensores no caso. “Em um primeiro momento, o MP, a polícia e a penitenciária verificaram a entrada desses aparelhos celulares, que posteriormente foram apreendidos. Nós verificamos ainda que havia encomenda desses aparelhos mediante pagamento e havia em todo este esquema a participação da ‘sintonia dos gravatas’, que é o elemento informado pela facção para denominar os advogados que participam e dão apoio a eles”, relata Almeida.
Sérgio
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