Pessoal,
Esse tipo de coisa acontece, infelizmente. Muitos acidentes são causados por erros bobos. A imensa maioria, porém, pressupõe uma cadeia de erros. Veja neste caso: o co-piloto resolveu mexer no assento do 737-800 da Air India Express justo quando estava sozinho no cockpit. E o comandante demorou para voltar por ter de destravar a cabine, trancada por causa de terroristas. Mais um pouco e o avião se desintegraria, como o 737-800 da Gol, após o choque com o Legacy. Se interessar, saiba mais AQUI.
A trapalhada de um copiloto foi, segundo um relatório, a causa do incidente no qual um Boeing da Air India Express despencou cerca de 2 mil metros e colocou em risco a vida dos 113 passageiros e da tripulação a bordo. Relatório do órgão regulador da aviação na Índia aponta que o copiloto, de 25 anos, esbarrou o joelho na coluna de controle da aeronave no momento em que o comandante havia saído para ir ao banheiro. Em pânico, o copiloto não soube o que fazer e não tomou nenhuma ação para permitir a entrada do piloto no cockpit. O comandante teve de utilizar uma senha especial para entrar, desperdiçando 30 segundos. O relato do incidente, reconstruído a partir das análises dos dados da aeronave, dos diálogos registrados e do testemunho dos próprios envolvidos, faz parte de um relatório da Diretoria-Geral de Aviação Civil (DGCA), divulgado na imprensa indiana.
O voo IX-212 percorria a rota entre Dubai e a cidade indiana de Pune. O Boeing 737 sobrevoava o espaço aéreo de Mumbai a mais 11 mil metros de altitude no dia 26 de maio deste ano, quando deu início a uma trajetória de queda livre. "O relatório diz que o copiloto admitiu ter entrado em pânico durante o incidente. Se alguém entra em pânico e congela quando está no controle, é de se perguntar a razão de ele estar no cockpit", disse ao Indian Express o consultor de segurança aérea A. Ranganathan. Segundo o relatório, a aeronave despencou mais de 600 metros até o capitão entrar na cabine. Durante a operação de emergência, foram mais 1,4 mil metros de queda. Ninguém ficou ferido, mas houve pânico na cabine e bebidas e alimentos foram lançados pelos ares.
O Hindustan Times observou que, mesmo após voltar para a cabine, e tendo colocado a aeronave de volta no curso correto, o piloto da Air India Express cumpriu um procedimento arriscado, o de puxar com força o controle do avião – o que poderia ter feito colapsar outros controles da aeronave. Além disso, o piloto não havia pedido ao seu braço direito que mantivesse os cintos afivelados durante sua ausência. Na aviação internacional, a norma é que, ao deixar o cockpit, o piloto peça a um membro experiente da tripulação que fique do lado de dentro, para facilitar a entrada do comandante em caso de emergência.
O episódio levou o órgão indiano de aviação a recomendar as "providências cabíveis" no caso, o que os jornais consideram se tratar de mais treinamento para os funcionários da empresa. Investigações recentes afirmaram que erro humano também foi a causa do acidente que matou 158 pessoas em um voo da Air India, a companhia principal do mesmo grupo estatal, quatro dias antes, no dia 22 de maio. O inquérito atribuiu a causa do acidente ao piloto "sonolento", que estaria "desorientado" por ter dormido durante a maior parte do voo de três horas. O avião, também um Boeing 737, aterrissou em Mangalore em altura e ângulo errados. A aeronave saiu da pista, bateu em um barranco e pegou fogo. Apenas oito pessoas sobreviveram.
Sérgio
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