Pessoal,
Que notícia ruim... O tempo médio de deslocamento do paulistano para realizar sua atividade principal do dia (como ir ao trabalho ou à escola) caiu 6 minutos, passando de 1 hora e 57 minutos, em 2009, para 1 hora e 49 minutos, em 2010. Ainda assim, ele gasta, em média, 2 horas e 42 minutos para fazer todos os deslocamentos diários — um minuto a menos do que gastava no ano anterior. Os dados são da quarta edição da “Pesquisa do Dia sem Carro”, do Ibope, encomendada pelo Movimento Nossa São Paulo e divulgada na manhã desta quinta-feira (16), na Câmara Municipal de São Paulo. Enquanto 27% gastam entre uma hora e uma hora e meia para fazer sua atividade principal, 11% dos entrevistados gastam mais de três horas.
O morador da capital está insatisfeito com a situação do trânsito. Para 68%, a situação do trânsito é ruim ou péssima, três pontos percentuais a menos do índice registrado em 2009. O levantamento mostrou que 68% dos paulistanos entrevistados são favoráveis à construção ou à ampliação de linhas de metrô e trem. No entanto, o aumento dos dias de rodízio e a introdução do pedágio urbano não são consideradas medidas eficazes para melhorar a fluidez do tráfego: 56% são contra o rodízio de dois dias e 78% são contra o pedágio urbano. A maioria dos entrevistados (67%) afirma que o transporte público deveria receber mais atenção dos governantes.
As preocupações com questões ambientais também apareceram na pesquisa. Para 96% dos entrevistados, a poluição do ar é um problema grave ou muito grave. Quase a totalidade (97%) respondeu que a poluição afeta (muito ou pouco) a qualidade de vida da família e de pessoas próximas. A disposição do paulistano para deixar o automóvel em casa e utilizar transporte público cresceu de 40% para 52% de 2009 para 2010 se essa ação favorecer o meio ambiente. Porém, 76% condicionam a troca do meio de locomoção à existência de uma boa alternativa de transporte.
O serviços de ônibus receberam avaliações negativas. Ao dar notas de 1 a 10, todos os quesitos avaliados receberam uma pontuação abaixo da média. Os principais problemas apontados pelos entrevistados foram: lotação dos ônibus (nota média de 3,4), acessibilidade para pessoas com deficiência (nota 3,8), preço da passagem (nota 4) e o tempo de espera nos pontos de ônibus (nota 4,3).
“A população está demandando uma grande mudança nas prioridades das autoridades públicas no que diz respeito à mobilidade e trânsito na cidade de São Paulo. [Falta] não só colocar investimentos públicos, mas colocar a prioridade nas questões corretas. Estamos fazendo essa apresentação na Câmara Municipal até para sensibilizar as autoridades. A prioridade da população é para melhorar o transporte coletivo. Quando se coloca R$ 1 bilhão no Metrô, que é importante, mas quando se coloca R$ 2 bilhões na ampliação das marginais [por exemplo]. Isso vai na contramão [da prioridade da população]”, diz Oded Grajew, que é o coordenador do Movimento Nossa São Paulo. A pesquisa ouviu 805 moradores da capital paulista entre 25 e 30 de agosto em diferentes regiões da cidade. O número de questionários foi igual para cada uma das regiões - Norte, Sul, Leste, Oeste e Centro -, mas foram aplicados fatores de ponderação para que fosse restabelecida a proporcionalidade entre as regiões do peso do número de habitantes. A amostragem da pesquisa representa 7 milhões de habitantes. A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais.
Sérgio
Nenhum comentário:
Postar um comentário