Pessoal,
É uma irresponsabilidade!!! Vejam a notícia abaixo, que comprova o que já se sabia: a Air France e a Airbus sabiam da gravidade do problema com os pitots dos jatos A330 e nada fizeram que impedisse a perda de vidas no AF 447. E a Airbus, me perdoem, é reincidente e relapsa com a segurança. O A380 e os problemas graves de turbina comprovam isso (vejam matéria deste mês aqui no blog onde o chefe da área de vendas da Airbus, John Leahy disse que os motores dos A380 foram redesenhados para evitar explosões, mas não sabe dizer ser os operadores que receberam a aeronave antes da mudança foram avisados disso), sem falar nos problemas de gerenciamento de aceleração dos A320, a verdadeira causa de tantos incidentes em pousos, como o da TAM, da TACA e até do Air France lá no início da operação do modelo, em 1988. (leiam mais, se interessarem pelo assunto aqui e aqui). Os caras brincam com a gente... Leiam aqui a matéria original do Libération e aqui o da BBC, reproduzida abaixo:
Uma associação francesa de familiares das vítimas do voo AF 447, que caiu no ano passado sobre o oceano Atlântico quando realizava a rota Rio de Janeiro-Paris, acusou nesta sexta-feira a companhia Air France de ter conhecimento prévio de que os problemas com os sensores de velocidade dos aviões da Airbus representavam 'um risco crítico' para a segurança dos voos. A reação da associação Entraide et Solidarité (Ajuda Mútua e Solidariedade, em francês) ocorreu após a divulgação nesta sexta-feira, pelo jornal Libération, de um documento confidencial enviado pela Air France à Justiça francesa. Nesse documento de 15 páginas, a Air France afirma que a Airbus teria ignorado os vários alertas da companhia aérea sobre os incidentes que vinham sendo registrados com os sensores de velocidade de seus aviões, os chamados tubos Pitot.
A Air France afirma no relatório que já havia registrado 15 incidentes de congelamento dos tubos Pitot em alta altitude nos dez meses que antecederam a catástrofe com o voo AF 447 e diz ter alertado a Airbus sobre o problema. Ao ficarem entupidos com cristais de gelo, os tubos Pitot, que medem a pressão atmosférica, não permitem mais o cálculo da velocidade do avião, o que provoca várias falhas no sistema. 'Com esse documento, a Air France reconhece oficialmente que os problemas dos tubos Pitot constituíam um risco crítico para a segurança dos voos e que ela tinha total conhecimento disso, já que trocava informações sobre o assunto há muito tempo com a Airbus', afirma Jean-Baptiste Audousset, presidente da Entraide et Solidarité. 'Há meses nos repetem que é impossível ter uma conclusão sobre o papel dos tubos Pitot. Com esse documento, a Air France reconhece sem ambiguidade que os tubos Pitot estão no centro da cadeia de causas que conduziram ao acidente', diz Audousset.
As investigações sobre o voo AF 447 que vêm sendo realizadas na França já concluíram que houve falhas nos tubos Pitot. No entanto, as autoridades afirmam que isso representa apenas um fator do acidente, e não a causa principal. No relatório enviado à juíza Sylvie Zimmermann, responsável pelas investigações sobre homicídio involuntário, a Air France afirma, segundo o jornal Libération, que a Airbus e a Thales, fabricante dos tubos Pitot, deixaram a companhia aérea 'sem recomendações nem soluções perenes ao problema' dos equipamentos, apesar de conhecerem 'o caráter crítico e o perigo dessas panes'. 'Quem diz 'risco crítico para a segurança dos voos' fala de risco de catástrofe', afirma o presidente da associação de familiares das vítimas.
A Air France afirma ter alertado pela primeira vez a Airbus sobre os problemas dos tubos Pitot em 30 de julho de 2008, após ter registrado dois incidentes, em maio e julho daquele ano. Em setembro de 2008, a companhia aérea efetuou um novo alerta, após uma série de quatro novos incidentes de congelamento dos tubos Pitot no prazo de um mês, segundo o documento entregue à Justiça. A Airbus afirmou que não fará comentários sobre o documento entregue à Justiça. O fabricante alega que a Air France não teria feito um pedido para substituir os sensores de velocidade da Thales pelos da americana Goodrich, que se tornaram obrigatórios após o acidente com o voo Rio-Paris. O voo AF 447 caiu sobre o Atlântico após decolar do Rio de Janeiro na noite de 31 de maio (horário de Brasília) de 2009 com 228 pessoas a bordo.
Sérgio
Nenhum comentário:
Postar um comentário