sábado, março 23, 2013

Justiça do Trabalho


O Brasil é complicado... Nossa legislação trabalhista é muito paternalista. Em geral, exageram-se os direitos dos empregados. Há maus empregadores, mas nem todos. Vejam este caso: empresa terá de indenizar agente de call center demitida por xingar cliente. Matéria G1:

Uma ex-operadora de telemarketing de Goiânia ganhou uma ação, em segunda instância, movida contra a agência de call center em que trabalhava. Pela decisão, ela receberá R$ 5 mil de indenização por danos morais. A sentença foi dada em fevereiro deste ano. Guaciara Cristóvão de Sousa entrou na Justiça quando foi demitida por justa causa após xingar um cliente durante um atendimento. No entanto, conseguiu provar que estava doente quando foi mandada embora. De acordo com a sentença, ela havia sofrido uma intensa pressão no trabalho e, por isso, desenvolveu uma doença chamada Síndrome de Burnout. Cabe recurso da decisão. 


Guaciara justifica que a demissão aconteceu depois que um cliente pediu que ela fizesse um procedimento irregular. "Um ex-cliente que conhecia o atendimento queria que eu burlasse um procedimento. Mas eu não podia fazer isso", lembra. O desembargador do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), Elvécio Moura, afirmou que ficou provado no processo que Guaciara estava sendo submetida a um alto grau de estresse. "Ela, inclusive, havia feito tratamento psicológico pouco antes deste episódio. Esse tratamento demonstrou que ela estava com a Síndrome de Burnout", alega o desembargador. A Atento, empresa de contact center e terceirização de processos de negócios, informou ao G1 que recorrerá da decisão junto ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) e que não se manifestará até a decisão final do processo. Por meio de nota, a companhia disse que "tem como um de seus princípios de atuação o respeito aos seus funcionários e a busca para proporcionar um ambiente de trabalho que promova a saúde e bem-estar de todos que fazem parte da organização".


Síndrome

Guaciara trabalhou na empresa de abril de 2009 a outubro de 2010. Durante os 18 meses em que atuou como operadora, a ex-funcionária provou que desenvolveu a Síndrome de Burnout, também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional. A enfermidade provoca alterações como agressividade, irritabilidade, isolamento, alteração de humor, lapsos de memória, ansiedade, depressão, pessimismo e baixa autoestima. Mãe de Guaciara, Elda Gonçalves se lembra como ela chegava em casa: "Bastante estressada e chorando demais". A jovem, então, entrou na Justiça trabalhista em meados de 2011 e conseguiu provar que estava sendo prejudicada. "Se a empresa tivesse agido dentro da lei, a teria encaminhado para tratamento médico. Nos primeiros 15 dias por conta de um especialista particular e depois disso, com o afastamento pelo INSS", explicou o advogado de Guaciara, Adriano Lopes da Silva.

Vida nova

Depois de sair da empresa, Guaciara demorou muito tempo para se recuperar do problema. Após seis meses de procura, conseguiu emprego como operadora de caixa em uma ótica e hoje já é vendedora.
Para completar a nova etapa, Guaciara deve ter ainda este mês a principal emoção de sua vida. Grávida de 39 semanas, ela deve dar à luz ainda esta semana. "Hoje está tudo mais tranquilo. Estou muito feliz. Quero que meu filho tenha coisas melhores do que eu já tive", vislumbra.



Sérgio

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