domingo, janeiro 11, 2015

Fed Up


Nossos hábitos alimentares precisam mudar... O texto abaixo é da nutricionista Lucilia Diniz. No Brasil vai se chamar Nação Fast Food.

Diantes de fatos, não há argumentos. Para evidenciar os problemas de saúde causados pela alimentação, filme “Fed Up”, lançado ano passado nos EUA, vai direto ao mais alarmante deles: 95% dos americanos estarão obesos em 20 anos. Pare para pensar e veja o trailer acima. Para o Congresso americano, molho de tomate é um vegetal. Portanto, servir pizza nas escolas está perfeitamente correto, do ponto de vista oficial sobre o equilíbrio alimentar infantil. Esta e outras verdades são reveladas ao longo do filme Fed Up – algo como “Estamos cheios”, relacionado ao excesso de comida. Entre elas, a de que 80% dos 600 mil alimentos diferentes à venda nos Estados Unidos, desde as grandes redes de varejo até o quiosque da esquina, contém açúcares escondidos. Com isso, as perspectivas não são nada animadoras. Ao ritmo em que a situação segue, a expectativa é a de que, até 2050, um em cada três americanos desenvolva males relacionados ao excesso de peso, como diabetes. Tudo graças a ingestão abusiva destas calorias vazias, que não trazem nenhum benefício nutricional.

No longa metragem, a ação é toda da indústria alimentícia. Questionados por seus métodos diante das câmeras, empresários utilizam argumentos da indústria do tabaco para sua defesa. Sendo uma ameaça ou não, é sintomático que Barack Obama tenha recusado entrevista para a produção. Neste cenário, o drama é todo nosso. Como o corpo foi “feito” para gostar de açúcar, ele entra em absolutamente todas as fórmulas de comida processada. E, onde não faz sentido promover sua presença, sua inclusão é feita silenciosamente. O problema é que nosso organismo não consegue processar esta quantidade excessiva. São aproveitados por dia apenas 25 mililitros – muitos alimentos contêm esta quantidade em apenas uma porção. O que não consegue ser convertido em energia, não há como esconder: vai direto para a barriga. Como estou sempre falando desta ameaça, principalmente para as crianças, compartilho aqui este lançamento. E não pense que estamos salvos porque o caso retratado seja no Hemisfério Norte. É óbvio que, se acontece por lá, nem toda a distância do mundo evitaria que ocorressem problemas similares por aqui. O importante é ficar de olho nos rótulos.

Sérgio

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