terça-feira, abril 26, 2016

Réplicas CR Line



Você teria um clone de um carro famoso? Antes de responder visite o site da empresa CR Replicas. As réplicas são fantásticas. É uma empresa brasileira. Parecem os carros de verdade. Incrível... Veio do UOL:

Após o tradicional "dou-lhe uma, dou-lhe duas...", o Porsche 550 Spyder 1955 foi arrematado pelo equivalente a R$ 19,5 milhões. O carro pertencia ao humorista Jerry Seinfield -e m março, ele leiloou parte de sua coleção. O valor é suficiente para comprar 300 carros idênticos no Brasil. Ou quase. "A réplica me deu a possibilidade de ter o modelo dos sonhos, que já não era mais fabricado. Seria trabalhoso e caro encontrar um exemplar original da Porsche", diz o empresário Rafael Ilam, 28, dono de um Chamonix 550 Spyder 2008, comprado zero-quilômetro por R$ 64 mil. A carroceria é de fibra, com motor 1.8 da VW. As cópias são uma tradição da indústria nacional, fortalecida nos períodos em que havia restrições aos carros importados. Cerca de 15 empresas dominam o segmento no Brasil, produzindo 500 unidades por ano. Veículos clássicos dos anos 1950 e 1960 são maioria, mas há exceções.

Criada há cinco anos, A CR Line faz clones de Lamborghini e Ferrari. A empresa produzirá 75 carros em 2016, 36% a mais que em 2015. "Fazemos a manutenção dos veículos nas casas dos clientes, para que ninguém os veja chegando na nossa loja", diz Cristiano Gomes, sócio da empresa. É a forma de evitar que outras pessoas saibam que aqueles carros são réplicas. Os sete modelos em linha custam entre R$ 180 mil (Lamborghini Gallardo) e R$ 700 mil (La Ferrari). Todos têm chassi tubular construído pela CR Line e dimensões idênticas às dos originais. A produção é feita em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul. A carroceria é moldada em fibra de vidro. Caso o dono opte por fibra de carbono, o preço sobe R$ 100 mil. Faróis, volante e painel vêm da Europa e da China, mas alguns botões são apenas enfeites. Sob o capô, há potência de verdade. "Usamos motores da BMW e da Audi, com opções V6, V8, V10 e V12. Compramos carros usados e passamos toda a mecânica para a réplica", afirma Gomes.

Cerca de 50 funcionários trabalham na empresa, quase todos engenheiros. "Precisamos de mão-de-obra capacitada para atender às exigências do Inmetro", diz. Há vistorias que checam se todos os componentes exigidos por lei estão presentes. As características dinâmicas são averiguadas em pista, e há também medições feitas em laboratório.

DIREITO AUTORAL

Contudo, há o problema do direito de imagem. O advogado Cesar Peduti, especialista em propriedade intelectual, diz que o design de veículos pode receber dois tipos de proteção: direito autoral e desenho industrial. "A fabricação de réplicas fere esses direitos. A exclusividade da montadora vale por 25 anos a partir do lançamento do modelo", diz Peduti. Segundo o advogado, quando o logo original é estampado na réplica, há violação do registro de marca. Isso só não ocorreria caso fosse concedida uma licença.

A CR Line afirma não ter problemas legais, uma vez que as réplicas passam por inspeções e são documentadas. A empresa não quis comentar as questões de propriedade intelectual. Em nota, a Via Italia, importadora das marcas Ferrari e Lamborghini, diz que as réplicas são permitidas para modelos lançados há mais de 20 anos: "Abaixo disso, só com autorização. Mas em qualquer hipótese, é necessário pedir autorização para uso da marca". A empresa não fez comentários sobre a qualidade das réplicas e nem informou se pretende mover alguma ação judicial.

RÉPLICAS TAMBÉM MIRAM MERCADO EXTERNO

O mercado norte-americano é o principal comprador das réplicas feitas pela American Classic, que há 17 anos faz réplicas e modelos fora de linha. A fábrica fica em Itapecerica da Serra (Grande São Paulo). Atualmente, seu portfólio inclui o Jaguar XK120 e o Shelby Cobra. Das oito unidades que fabrica por mês, seis são enviadas para os Estados Unidos. Ainda este ano começaremos a exportar para a Europa, vamos dobrar nossa produção mensal, afirma Antônio Carlos do Espírito Santo, proprietário da empresa. Os preços variam conforme a motorização e podem chegar a R$ 200 mil.

Uma equipe de 53 pessoas dentre engenheiros, serralheiros, mecânicos e pintores produzem os chassis e usam motores Ford e Chevrolet para equipar as réplicas. Normalmente os compradores do Jaguar são pessoas acima dos 50 anos, que usam o carros somente nos finais de semana. Já o Shelby Cobra atrai os mais jovens, diz o empresário. Para ganhar escala, a CR Line recebe as encomendas até abril e depois começa a produzir as réplicas em suas linhas de produção. Cada automóvel pode levar até um ano para ficar pronto, sendo feito de acordo com as especificações do cliente. Há planos de expansão. Nos próximos meses, a CR Line abrirá uma unidade em Miami, nos Estados Unidos.

Sérgio


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