sexta-feira, novembro 07, 2014

Depois reclamam...


Aí fazem turismo sexual e o povo vem reclamar... Matéria G1:

A primavera carioca com temperaturas típicas de verão reserva opções refrescantes de diversão para os maiores de 18 anos. Mulheres - deixem para trás os saltos agulha, as camadas de maquiagens e os penteados produzidos. Homens, nada de camisas sociais e visual de gala nas tardes e noites quentes de novembro. As festas na piscina, tradução das já conhecidas pool parties, chegaram para ficar no Rio de Janeiro e prometem dar o que falar nos próximos fins de semana.

Esse tipo de celebração não é novidade em países do norte, onde as estações são definidas e o verão é esperado com ansiedade. Em Las Vegas, Estados Unidos, onde as piscinas já fazem parte do circuito turístico, as festas levam muitos jovens a pagar valores um tanto salgados para curtir uma tarde ensolarada ao lado de gente bonita e DJs renomados de música eletrônica. Outras festas são gratuitas e compõem um ambiente mais democrático em hotéis cassinos. O mesmo ocorre em cidades como Barcelona e Nova York, onde terraços de hotéis servem de palco para as festas e mostram vistas de tirar o fôlego.

Festas na Zona Sul 

No Rio, a silhueta dos morros e as vistas impressionantes tornam esse tipo de evento ainda mais singular. As festas Pool Me In, que começaram a ser produzidas no início deste ano, levaram o público para a Mansão Phellipe, uma casa de arquitetura inspirada na Belle Epóque de Paris, cercada por jardins e uma grande piscina. O circuito de festas desta temporada começa no sábado (8) e vai até o dia 29 de novembro. Para Suzana Trajano, uma das produtoras do evento, apesar da aceitação da festa, há sempre dificuldade de realizar um evento como esse na cidade. “As casas são muito caras e fazer uma festa na praia no Rio é sempre um drama para conseguir alvará. No caso das festas como as da Mansão Phellipe, os moradores reclamaram do barulho, mesmo antes das 22h”, explicou. Nas edições desta primavera, a Pool Me In será feita em outra residência, desta vez secreta para os visitantes até o momento da festa. Vans farão o transporte do público da Gávea até a piscina misteriosa. “As festas desta temporada serão feitas em um lugar menor, algo mais privê. As nossas festas de verão costumam reunir 1,5 mil pessoas, mas as versões pocket terão no máximo 600 pessoas”, disse ela, acrescentando também que não serão vendidos ingressos na porta do evento, como nas versões anteriores.

Nudez

As outras edições da Pool Me In chamaram a atenção. Isso porque o público, no decorrer da festa, se sentiu tão a vontade que resolveu tirar o resto da pouca roupa que já vestiam. Suzana acredita que o fato da primeira festa ter ocorrido no período após manifestações no Rio e no país ajudou o clima de liberdade ideológica coletiva. Para ela, a nudez pode ter sido “um grito de liberdade”. “Acho que foi um grito de liberdade. Nos primeiros dez minutos, as pessoas ficaram se olhando, estranhando. Mas ninguém se importou com a nudez e muita gente acabou aderindo. A repercurssão, que eu achei que pudesse até ser negativa, não foi. Me surpreendeu”, disse. A produtora contou ainda que a atitude do público não foi recriminada nem pelos donos da casa, que alugaram o espaço para a festa. “O dono da Mansão Phellipe, um francês que faleceu neste ano, adorou a festa e disse que nem na Europa eles conseguiu ver uma festa como foi aquela. Disse que, até por lá, todo mundo anda bem careta”, finalizou.

Pool Parties na Zona Oeste

Do outro lado da cidade, uma sequência de pool parties já ocorre há pelo menos três anos e a próxima edição promete reunir muitos jovens no sábado, dia 15 de novembro. O evento The Original Brazilian Pool Party Desire, que ocorrerá no La Isla Beach Club, na Barra da Tijuca, possui uma estrutura mais extravagante, onde os frequentadores podem adquirir camarotes em bangalôs, com hidromassagem, suspensos e até com com camas. O evento é democrático, mas quem quer todas as mordomias deve desembolsar entre R$700 e R$ 2,5 mil. Rosane Amaral, produtora da festa, disse que suas festas na piscina foram as precursoras no país, há 15 anos atrás. A empresária contou que começou produzindo eventos na pérgula da piscina do Clube Radar, em Copacabana, Zona Sul, depois passou para o Clube Internacional, no Centro, e atualmente utiliza o espaço na Zona Oeste para atrair mais de 2 mil pessoas. "Eu trouxe a ideia de Los Angeles. As festas lá acabavam cedo, às 3h, e as pessoas iam para as casas dos amigos, que tinham piscinas, para continuar a noite. Eu pensei, porquê não levar para o Brasil, que é um país tropical?" Segundo ela, o público das suas festas - que ocorrem em média seis vezes ao ano - é na maioria o LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros), mas que isso está mudando. "Hoje eu já tenho, em média, 38% de público heterossexual nas pool parties", disse.

Festa em Parque Aquático

A produtora Rosane Amaral também produz a festa Rio Submarine, que ocorrerá no parque aquático Rio Water Planet, em Vargem Grande, na Zona Oeste. A festa, que ainda está em fase de elaboração, deve ocorrer no dia 29 de dezembro e promete atrair mais de 4 mil pessoas. "A ideia é atrair um público democrático, mas as atrações são predominantemente de música eletrônica com vocal. Queremos trazer a cantora Maya e os DJ's Chus e Ceballos para a festa, que está no primeiro lote de venda", explicou.

Sérgio

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