Olha, não me interessa em se a culpa é do Partido A ou B. Essa não é uma mensagem partidária e também dispenso comentários de que está melhorando. Não está, a violência, a intolerância e a ignorância da sociedade brasileira como um todo está cada dia mais forte e este é o caldo de cultura para todo tipo de violência que passa a ser encarada como algo normal, cotidiano. Quer um exemplo? O número de ônibus incendiados em São Paulo neste ano é mais que o dobro do registrado em 2013 inteiro. Dados do SPUrbanuss (sindicato das empresas de ônibus) apontam que 140 veículos foram queimados de janeiro até esta semana. No ano passado inteiro, foram 65. Quem se importa? As autoridades parece que não. As pessoas idem, pois alguém protesta disso?
O Brasil se tornou terra de pessoas que acham que só elas tem direitos e resolvem isso na porrada ou em coisa pior. Ao ponto de que garotas adolescentes que mal sabem escrever (vejam acima) só querem balada, putaria e vida loka. Idem para os homens. Não querem educação, querem (muitos) parceiros fáceis e para isso, batem, agridem, torturam e matam. Colocam filhos no mundo que terão hedonismo, futilidade e bestialidade como companheiros cotidianos e só entenderão isso como maneiras de se expressar, entre si e com os que não pensam assim.
Quando o Brasil vai acordar para esta negra realidade? Vamos brincar de que está tudo bem até que morra um da nossa família? Só aí vamos acordar para a realidade nossa que é pior do que a de nações em guerra? Em dados de 2012 divulgados este ano (é o dado mais atualizado que temos) mostra que a taxa de homicídios no Brasil alcançou o patamar mais elevado da história, com 29 casos por 100 mil habitantes. O índice considerado "não epidêmico" pela Organização Mundial da Saúde é de 10 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes.
Mas, não é só isso: o Brasil quebrou um triste recorde: teve o maior número de pessoas mortas em um ano, segundo dados do Mapa da Violência 2014, que compila dados de 2012. Ao todo, foram 56.337 mortes, o maior número desde 1980. O total supera o de vítimas no conflito da Chechênia, que durou de 1994 a 1996. É inacreditável... Aliás, este é um ponto praticamente ignorado pelos políticos (vide o que falaram do Brasil na campanha recém terminada). ALém de tudo, é uma realidade contra a qual a população não cobra como deveria. Qualquer Marcha das Vadias tem milhares de pessoas. Marcha contra a violência tem centenas, se tanto.
Parece que não nos importamos. Não perdi ninguém da família e nem morri eu mesmo vítima da violência no Brasil, mas não preciso disso para me indignar! Ler uma notícia como essa abaixo já me mostra que a morte é o que menos importa. Aqui é tudo roleta russa: vou bater, vou fazer e acontecer. Se o outro morrer, foda-se! Não pode ser assim, mas é e quem disser que não, está fazendo vista grossa e poderá pagar com a vida por esta miopia. Está intolerável e não falo do futuro, falo do presente.
Sei que poucos terão lido, mas fiz minha parte e vou continuar fazendo. Meninas como essas, jovens, que deviam estar estudando (vide as mensagens exibidas na imagem acima) estão aí, pelas ruas só querendo saber de festa, agito, pagode, funk, pegação, namoro e sexo, não necessariamente nesta ordem. Só a educação de qualidade, que alie escolas e família, mudará isso. Sim, só escola não resolve: a escola deve dar conhecimento e a família deve dar educação, base moral. A escola tem o papel de mostrar que os valores que a família ensinou também são comungados pela Sociedade. É um trabalho que deve ser feito em conjunto. Mas, o Estado não quer e a família de hoje, em geral, não pode dar esta noção de educação e cidadania por não saber o que é isso. Quem não tem valores, não os pode ensinar.
Leiam a notícia abaixo e digam se é esta a sociedade na qual querem viver ou deixar seus filhos viverem? Na qual meninas emboscam "rivais" e fazem sessões de tortura e agressões que duram até 10 minutos, como este caso? Aliás, esse é só um caso, há milhares. Veio do G1:
A garota de 18 anos que foi agredida a pauladas e socos por outra jovem no fim de setembro em Guarujá, no litoral de São Paulo, falou pela primeira vez publicamente sobre o momento em que foi cercada por sete meninas quando saía de uma festa no bairro Morrinhos. O vídeo da agressão foi parar em uma rede social e causou constrangimentos à família de Thissiane Voitexem dos Santos que, na época, ainda era menor. A polícia está investigando o caso. Thissiane contou que não sabe ao certo o que realmente teria motivado a briga, mas lembra das ameaças que sofreu ainda nas redes sociais. “Essa menina é conhecida do meu ex-namorado. Depois que ele postou alguma coisa no Facebook, ela me xingou, achando que era uma indireta dele para mim. Mas eu realmente não estava entendendo nada, até porque não estamos juntos há quase um ano. Depois, eu fiz uma postagem no meu mural e a garota achou que era sobre ela, e veio tirar satisfação”, explica.
O caso que parecia apenas uma discussão virtual teve um novo capítulo no fim de setembro. Após ir a uma festa no bairro Morrinhos com alguns amigos, Thissiane voltava para casa por uma estradinha, quando foi cercada por sete meninas. Segundo a jovem, uma delas era a garota de 22 anos que já havia feito ameaças pela internet. “Ela e várias meninas vieram atrás de mim de bicicleta. Ela já chegou dando um soco no meio do meu peito e começamos a brigar. Depois eu tentei correr e ela pegou uma garrafa, dizendo que iria me matar, mas não me acertou. Não sei de onde ela tirou um pedaço de pau e começou a me bater e puxar o cabelo, até que uns meninos separaram”, conta. A jovem lembra que duas pessoas gravaram vídeos, mas que a versão que circula na internet, com apenas 45 segundos, registrou somente os últimos momentos da agressão. Segundo ela, toda confusão durou cerca de dez minutos.
Com medo de represália, a mãe da jovem deixou para registrar o Boletim de Ocorrência dias depois. No entanto, Thissiane não fez questão de ir à delegacia prestar queixa, porque quer esquecer a história. “Sinceramente, eu sou muito ‘de boa’, tenho o coração mole e queria esquecer essa história”, revela. Já a irmã mais velha, Thábata Santos, de 26 anos, diz que quer uma solução para o caso e a punição da acusada. “Eu vou levar minha irmã para dar o depoimento dela na delegacia nos próximos dias. Isso não pode ficar assim. Já tivemos o caso de Praia Grande e a polícia precisa investigar quem fez isso”, ressalta. Thábata acredita que a popularidade da irmã foi um dos motivos da confusão. "Minha irmã é muito odiada por aqui, pelo fato de ser muito bonita. As garotas sentem raiva dela porque os meninos curtem muito as fotos dela no Facebook. Apesar disso, ela nunca mexeu com ninguém", afirma. Thissiane afirma que não sente raiva da agressora e que tudo não passou de inveja. “Nunca gostaram de mim, mas se eu fosse feia não me batiam, ninguém teria problema comigo”, comenta. A Delegacia da Mulher, onde o caso foi registrado, aguarda o relato da vítima para dar prosseguimento nas investigações.
Sérgio
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