Mudou a música... Valeu Apple!
Se a indústria da música começou a ruir em 1999 com o Napster, programa de compartilhamento de arquivos pela web, foi somente quatro anos mais tarde que encontrou um alento quando o iTunes foi lançado. O serviço de venda digital de canções da Apple completa dez anos neste domingo (28). Criou uma forma viável de conciliar a internet e o comércio de música. Depois vieram podcasts, livros, filmes, livros e aplicativos. Com isso, a Apple apresentou um modelo próprio de cobrança por conteúdo na internet. Respondendo por faturamento de US$ 4 bilhões em 2012, a internet, que antes só sangrava os bolsos da indústria, hoje é responsável por 57% da arrecadação de todas as vendas de música, segundo relatório da RIAA (associação das gravadoras). Mas a história começou modesta em 2003. Apesar de a Apple já ter acordos com gigantes como EMI, Warner, Sony e BMG, o serviço foi lançado com apenas 200 mil músicas, a US$ 0,99 cada, e só para computadores Mac. A mais ouvida na época era “Stuck in a Moment”, do U2. (Lembra? Não? Veja aqui), e o álbum mais vendido era “Sea Change”, do cantor Beck. Na semana de estreia, mais de um milhão de músicas foram vendidas. Mais robusta atualmente, a loja conta com 26 milhões de músicas, 130 vezes o catálogo inicial. Em fevereiro deste ano, o iTunes atingiu a marca de 25 bilhões de downloads. Segundo o vice-presidente da Apple para a área de software e serviços, Eddy Cue, a média é de 15 mil músicas baixadas por minutos.
Nesses dez anos, a loja se expandiu para 119 países e chegou ao Brasil em dezembro de 2011, com músicas por US$ 0,99 e álbuns por US$ 9,99. A plataforma atingiu tal importância que o catálogo digital dos Beatles foi lançado na íntegra em 2010 pela primeira vez na internet lá. Desenhado para abastecer o iPod, maior tocador de MP3 do mundo e carro-chefe da Apple em 2003, o serviço acabou o superando em importância. Enquanto o iTunes faturou US$ 4,1 bilhões no primeiro trimestre deste ano, 30% a mais sobre o período de janeiro a março de 2012, as vendas de iPods caíram 20%, para US$ 962 milhões. Apesar do pioneirismo, há a crítica de que a forma como ocorre o comércio na loja da Apple prejudica outras empresas. A companhia norte-americana enfrenta três casos de competição desleal relacionadas aos conteúdos comercializados pelo iTunes. Em processos abertos em 2005, 2006 e 2007, os reclamantes alegam que o formato de vídeos e filmes vendidos pelo serviço fazem com que a empresa exerça um monopólio, pois impedem que sejam executados em outros aparelhos além do iPod (iPhones e iPads ainda não existiam). As ações ainda correm na Justiça dos Estados Unidos.
Sérgio
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