quarta-feira, abril 11, 2012

Nickelback


Boa notícia: talvez a banda venha no início de 2013 ao Brasil. Entrevista do G1:

O Nickelback está de disco novo. Já lançado no Brasil, "Here and now" é o sétimo álbum de estúdio da banda canadense. Um trabalho mais "bruto", como descreveu o baterista Daniel Adair em entrevista ao G1, juntamente com o guitarrista Mike Kroeger. "'Dark horse', nosso penúltimo disco, foi muito produzido, processado demais. É meio 'gorduroso'. 'Here and now' é um pouco mais... odeio usar a palavra 'orgânico', mas um pouco mais bruto. Tem uma sonoridade mais natural, pelo menos aos meus ouvidos", explica o músico.

Mas não foi exatamente por causa da novidade que a banda andou frequentando o noticiário musical nos últimos meses. Os canadenses foram alvo da fúria do baterista Patrick Carney, do Black Keys que, em entrevista à edição de janeiro da revista americana "Rolling Stone", culpou o grupo pela decadência do rock:: "O rock and roll está morrendo porque pessoas acham OK o Nickelback ser a maior banda do mundo. (...) O rock and roll é o gênero pelo qual sou mais apaixonado e não gosto de vê-lo arruinado e enfiado goela abaixo sob o formato aguado dessa porcaria pós-grunge", disse Carney, que chegou a pedir desculpas publicamente durante uma entrevista concedida à MTV.

A banda não guarda ressentimentos, mas lamenta o episódio. "Assim como eles, fazemos parte de uma banda. Tocamos instrumentos de verdade e compomos nossas próprias músicas. Não deveríamos estar no mesmo time? Não deveríamos estar nos ajudando? Achei isso muito esquisito", comenta David.

Leia a íntegra da entrevista com Daniel Adair e Mike Kroeger, que adiantaram ainda que a banda deve fazer shows no Brasil em 2013. "Estamos negociando", destacou Mike.

G1 — Qual a diferença deste álbum para o resto da discografia do Nickelback? Mike Kroeger — É muito difícil ser objetivo sobre sua própria arte, sua própria música. A única maneira honesta de responder a isso é dizendo que o Nickelback evoluiu. Daniel Adair — "Dark Horse", nosso penúltimo disco, foi muito produzido, processado demais. É meio "gorduroso". Acho que este álbum é um pouco mais... odeio usar a palavra "orgânico", mas um pouco mais cru. Tem uma sonoridade mais natural, pelo menos aos meus ouvidos.

G1 — Como foi o trabalho em estúdio? Mike — Decidimos fazer algo um pouco diferente desta vez. Antes, íamos para o estúdio e trabalhávamos 18 horas por dia, sete dias por semana. Desta vez planejamos um pouco de descanso nesta escala (risos). Trabalhamos 12 horas por dia e tiramos fins de semana de folga de vez em quando, o que tornou o processo muito melhor. Porque é muito difícil manter-se racional quando se está completamente exausto. É quando as discussões começam. Desta vez o ambiente de trabalho foi muito mais harmonioso.

G1 — O que dá mais prazer? O estúdio ou o palco? Mike — Gosto do palco muito mais do que o estúdio. Daniel — O palco é muito melhor. Mark — São polos totalmente opostos. No estúdio você toca tudo umas mil vezes para que saia da maneira certa. No palco você toca uma vez só. Se errar, tudo bem, porque acaba ali. Você não tem que voltar e fazer de novo. Daniel — Mas tem sempre alguém para colocar esse tipo de coisa no YouTube (risos). Mike — Aí a gente não tem a chance de consertar (risos).

G1 — Quando a banda entra em turnê? Mike — Os shows começam no próximo dia 10. Neste momento estamos na fase dos preparativos. Daniel — Começaremos pela América do Norte, onde nos apresentaremos por três meses. Depois vamos para a Europa, seguido de Nova Zelândia, Austrália e Japão.

G1 — A banda virá ao Brasil? Mike — Estamos negociando para vê-los no início de 2013. De acordo com as mídias sociais, que costumo chamar de mídias antissociais (risos), temos mais fãs e seguidores no Brasil do que em qualquer outro lugar no mundo. É incrível. Tenho muitos amigos no Brasil e eles sempre me dizem que é um lugar maravilhoso. Preciso ver isso de perto. Mal posso esperar.

G1 — Conhecem algo da música brasileira? Mike — Conheço o trabalho de Max Cavalera (cantor e guitarrista do Soulfly) e o Sepultura. Mas ultimamente tenho ouvido muita música de capoeira. Lógico que não é rock and roll, mas é um tipo de som muito hipnótico, que eu adoro.

G1 — Há um site na internet dedicado apenas a odiar o Nickelback. Como vocês lidam com esse tipo de coisa? Mike — Há apenas um site? Tenho certeza de que se você procurar melhor, vai encontrar um monte (risos). Acho que isso este é um lamentável efeito colateral de nossa sociedade atual, onde as pessoas acabam se concentrando mais nas coisas que não gostam. Acho isso muito triste. Prefiro seguir pelo caminho contrário, ao invés de gastar energia com negatividade. É um desperdício. Mas, como diria Frank Sinatra, não importa o que publiquem sobre você contanto que escrevam seu nome corretamente. David — Há um senso comum de que, se você ficar famoso, as pessoas vão te adorar. Mas a realidade é diferente. Só porque você é conhecido não significa que gostem de você. Porque ninguém consegue atrair ou encantar a todos. Ter expectativas sobre isso é algo bastante irreal. Não me surpreendo, mas isso também não me incomoda. O mundo seria um lugar muito chato se as pessoas gostassem da mesma coisa.

G1 — Acha que esse tipo de reação tornou-se mais comum por causa da internet? Mike — Acho que qualquer um que tenha um teclado e uma opinião pode se expressar de maneira completamente anônima. As pessoas, de uma maneira geral, são muito mais fortes quando não podem ser identificados. Por isso acabam escrevendo muita besteira. Mas isso não me chateia.

G1 — O episódio com o baterista do Black Keys já foi superado? Mike — Ah, o baterista do Black Keys (risos)... Eu não vou dar atenção a isso. Eu não me importo com ele. David — A única coisa que me passou pela cabeça foi o seguinte: assim como eles, fazemos parte de uma banda. Tocamos instrumentos de verdade e compomos nossas próprias músicas. E não há mais tanta gente fazendo isso hoje em dia. A maioria das bandas tem mil produtores, compositores escrevendo canções para elas ou programas de computador tocando por elas. Não deveríamos estar no mesmo time? Não deveríamos estar nos ajudando? Achei isso muito esquisito. Mas é engraçado. A gente acaba transformando essas coisas em algo engraçado.

G1 — Que bandas vocês têm ouvido ultimamente? Mike — Temos ouvido muito Black Keys. Especialmente o baterista (risos).

Sérgio

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